sábado, 21 de janeiro de 2012

Notícias G 1

Para especialistas, apelo realista faz o sucesso dos filmes de exorcismo

'A filha do mal', novo longa sobre o tema, estreia no Brasil em fevereiro.
Subgênero chegou ao grande público depois de 'O exorcista', de 1973.

Henrique Porto Do G1, no Rio
A atriz Suzan Crowley (deitada) e a brasileira Fernanda Andrade em cena no filme 'A filha do mal'  (Foto: Divulgação)
 
A atriz Suzan Crowley (deitada) e a brasileira Fernanda Andrade em cena no filme 'A filha do mal'
(Foto: Divulgação)
No próximo dia 3, estreia no Brasil o longa “A filha do mal”, drama sobre uma jovem que tenta compreender o que de fato aconteceu por trás dos três assassinatos cometidos pela própria mãe durante um ritual de exorcismo. Estrelado pela atriz brasileira Fernanda Andrade, o filme transformou-se no campeão de bilheteria nos Estados Unidos arrecadando mais de 30 vezes seu orçamento.
Produções que tratam sobre possessões demoníacas e exorcismo quase sempre têm excelente retorno financeiro aos cofres dos estúdios. E, mesmo retratando assuntos polêmicos, como religião e fé, por meio de cenas fortes que, não raro, incluem palavrões cabeludos, autoflagelação e tilintar de ossos quebrados, alcançam repercussão e popularidade.
Mas o que leva tanta gente a confrontar-se com histórias tão perturbadoras e visualmente tão impactantes? “Todos esses filmes têm um apelo muito forte baseado na realidade”, diz Fernando Tostes, curador da mostra RioFan - Festival de Cinema Fantástico, que acontece anualmente desde 2007, no Rio de Janeiro. “Boa parte dessas histórias passa a impressão de que não está acontecendo só na tela. Aquilo parece ser possível na sua vida, na sua casa ou na do seu vizinho. Ninguém parece estar incólume. De alguma forma, acho que é isso que atrai mais as pessoas. Vai além do cinema.”
O flerte com a realidade também parece ser a explicação mais coerente para o repórter e crítico de cinema do jornal “O Globo”, Rodrigo Fonseca. Pare ele, o êxito destas produções está exatamente na abordagem de um acontecimento de ordem sobrenatural com uma linguagem quase documental.
"Além disso, acho que estes filmes têm uma possibilidade única da construir um herói. Ao mesmo tempo em que a figura do exorcista é uma das mais frágeis do cinema, é extremamente heróica, porque enfrenta a encarnação máxima do Mal", destaca o jornalista.
Fenômeno
Considerado a origem da linha evolutiva dos filmes de exorcismo, a produção polonesa “Madre Joana dos Anjos” já demonstrava estas tendências ainda no início dos anos 1960. O clássico de Jerzy Kawalerowicz, estrelado por Lucyna Winnicka, baseia-se no até hoje inexplicado episódio das freiras “endemoniadas” do convento de Loudun, cidade do interior da França, no século 17. Descrita posteriormente como um caso de histeria coletiva, a história inspiraria ainda um livro de Aldous Huxley e outro filme, “Os demônios”, dirigido por Ken Russell e estrelado por Oliver Reed e Vanessa Redgrave.

A famosa cena da levitação em 'O exorcista': filme arrecadou mais de US$ 440 milhões de dólares em todo o mundo (Foto: Divulgação)
 
A famosa cena da levitação em 'O exorcista': filme arrecadou mais de US$ 440 milhões de dólares em todo o mundo (Foto: Divulgação)
 
Mas foi com “O exorcista”, de 1973, que o subgênero chegou ao auge da popularidade. O filme de William Friedkin aterrorizou plateias do mundo inteiro com as chocantes cenas de possessão e exorcismo da jovem Regan, interpretada por Linda Blair — Ellen Burstyn, Jason Miller e Max Von Sydow também são destaques no elenco. Foi fenômeno de bilheteria (é um dos dez filmes de maior arrecadação da história do cinema), ganhou duas estatuetas no Oscar e serviu de inspiração para outros tantos filmes com a mesma temática.
"Friedkin fez um longa quase tão seco quanto um documentário. Usou uma linguagem de filme policial, com uma câmera quase documental. E colocou um ser aparentemente mitológico, o Diabo, no meio da história. Cinematograficamente isso cria uma equação extremamente surpreendente, pelo menos até aquele momento dos anos 1970", realça Fonseca.
Para Fernando, quase 40 anos depois, o filme ainda tem apelo. “Ele não envelhece. Deixa as pessoas completamente atordoadas até hoje. É o demônio, o Mal puro encarnado, numa típica casa de subúrbio norte-americano. É preciso colocar em perspectiva o fenômeno do Friedkin para entender a popularidade adquirida pelos filmes de exorcismo ao longo das décadas.”
Críticos
Êxito nas bilheterias, os filmes de exorcismo encontram a resistência nos críticos em boa parte de seus lançamentos. Mas há exceções. "'O exorcismo de Emily Rose', para mim, é um dos melhores filmes da década passada. Tem uma premissa muito criativa, que junta o jurídico com o fantástico. Mistura 'A firma' com 'O exorcista'. É brilhante, além de ter um dos maiores duelos de atuação do cinema contemporâneo, potagonizado por Laura Linney e Tom Wilkinson. É, sem dúvida, um filme que precisa ser descoberto", ressalta Fonseca sobre a produção inspirada no caso real da alemã Anneliese Michel, morta em 1976 depois de meses de exaustivas sessões de exorcismo.
E é por meio do subconsciente do público que o exorcismo ainda deve manter-se popular por muito tempo nos cinemas, como explica a psicóloga e psicanalista Ana Cristina Marzolla, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

"Porque você projeta no filme de horror seus próprios horrores. Temos a violência e outros sentimentos menos nobres dentro da gente, mas que precisam de expressão. Temos que lidar com o que nos causa desconforto. Para poder dar conta disso, esses sentimentos precisam ser expurgados de uma uma forma que seja aceita. É aí que entra o cinema. É o nosso lado mais animalesco e a nossa podridão que ficam espelhada nestes filmes. E isso nos deixa mais tranquilos, faz com que a gente consiga dar conta."


Arte filmes de exorcismo (Foto: Arte/G1)



Luíza dá dicas aos estudantes que querem fazer intercâmbio no Canadá

País norte-americano é destino bastante procurado pelos brasileiros.
A jovem que virou meme contou ao G1 sua experiência vivendo em Ontario.

Vanessa Fajardo e Ana Carolina Moreno Do G1, em São Paulo
Luíza (Foto: G1)
 
Luíza no aeroporto, em São Paulo (Foto: G1)
 
Assim como Luíza Rabello, muitos estudantes brasileiros escolhem o Canadá como destino de intercâmbio. Menos burocracia no processo para tirar o visto e preços menores se comparados aos Estados Unidos são alguns dos motivos que explicam a grande procura.
A estudante paraibana de 17 anos disse ao G1 que passou seis meses "maravilhosos" na cidade de Barrie, que tem cerca de 150 mil habitantes e fica a aproximadamente uma hora de viagem de Toronto, na província de Ontario. Prestes a embarcar em um voo de volta a João Pessoa, ela contou, na noite de sexta-feira (20), como decidir se mudar para o país, e deu dicas para quem está pensando em passar uma temporada por lá.
Luíza era a única integrante da família Rabello no gélido país norte-americano no dia em que seus pais e irmãos gravaram o comercial que a tornou conhecida nacionalmente. Mas não foi a primeira a conhecer o Canadá. "Meu irmão fez esse programa também, e para ele foi maravilhoso, então eu só repeti", contou a estudante e agora garota-propaganda.
Morando em uma casa de família, você vive realmente a experiência da cultura"
Luíza, que voltou do Canadá
após seis meses de intercâmbio
Embora nunca tenha experimentado a sensação de compartilhar uma residência com outros estudantes estrangeiros, a jovem recomendou a opção "homestay", em que o intercambista fica hospedado em uma casa de família durante sua estada. "Morando em uma casa de família, você vive realmente a experiência da cultura", comentou ela. "Quando fica com estudantes, geralmente é sempre intercambistas, então você não vive muito a cultura do lugar. Mas não posso falar porque não fiquei [em residência estudantil]."
A estudante afirmou ter se adaptado muito bem à família que a recebeu. "Eu tinha um 'hostfather', uma 'hostmother' e uma 'hostsister' de 15 anos. Nós éramos bem amigas", disse.
Gastronomia
Segundo ela, a comida canadense tem "bastante fast-food", e os restaurantes chineses, muito populares em todas as regiões do país, "são maravilhosos". Dentro de casa, porém, as refeições não eram muito diferentes. "Minha 'hostmother' era colombiana, então era muita comida da Colômbia, como feijão e chilli."
Luíza não foi ao Canadá apenas para estudar inglês. Seu programa incluiu a frequência em um colégio, onde disse ter feito matérias obrigatórias do currículo brasileiro para poder concluir o segundo ano do ensino médio.
Seis meses é curtinho, mas é o tempo determinado para aprender inglês. Acho um mês muito pouco"
Luíza Rabello
"Minhas aulas começavam às 8h e iam até 14h25. A escola era sensacional. Eu tinha quatro matérias, tive aulas de história, inglês, matemática e biologia." A jovem afirmou que, além de estudar como aluna regular, a experiência escolar também é uma das melhores formas de se adaptar ao idioma estrangeiro. "Dá para aprender bem o inglês."
E por falar em aprender bem, outra dica da intercambista mais conhecida do Brasil é que os estudantes optem por passar temporadas mais longas no país de intercâmbio. "Seis meses é curtinho, mas é o tempo determinado para aprender inglês. Acho um mês muito pouco."

Gláucia Junqueira, de 34 anos, foi estudar no Canadá no ano passado (Foto: Arquivo pessoal)
 
Gláucia Junqueira, de 34 anos, foi estudar no Canadá no ano passado (Foto: Arquivo pessoal)
Curta duração

Mas quem não tem tempo disponível para uma viagem tão longa também pode conseguir aproveitar os programas de curta duração. Em maio do ano passado, a publicitária Gláucia Junqueira, de 34 anos, moradora de Campinas, no interior de São Paulo, passou um mês em Vancouver, na província de British Columbia (Columbia Britânica), para estudar inglês.
No fim, a ideia que se tem é que o difícil de tudo isso é voltar e deixar lá todos os amigos com quem você conviveu durante o período de estudos"
Gláucia Junqueira,
que estudou em Vancouver
As belezas da cidade e os preços, menores do que nos Estados Unidos, a fizeram optar pelo país. “Fiz umas pesquisas pela internet, vi algumas fotos de Vancouver e me encantei pela cidade. Pelas imagens, Vancouver mostrou-se ser um lugar com uma beleza natural incrível, com praias, montanhas, muitos parques. Descobri também que a cidade oferecia uma excelente infraestrutura, graças principalmente às obras de melhorias realizadas para as olimpíadas de inverno que a cidade sediou em 2010”, afirma.
Para Gláucia, a experiência de viajar sozinha para um país que nunca tinha visitado foi incrível. “Sair do país sozinha por si só já é uma aventura desafiadora para quem o faz pela primeira vez. Depois vem as outras novidades: chegar a um lugar novo, morar com pessoas que acaba de conhecer, ir para a escola e encontrar gente que vem de vários cantos do mundo com outras culturas, idiomas, outros costumes.”
A publicitária conta que, para ela, no início foi tanta informação que a cabeça ficou perdida. “Mas a adaptação chega logo para quem está aberto a essa experiência. No fim, a ideia que se tem é que o difícil de tudo isso é voltar e deixar lá todos os amigos com quem você conviveu durante o período de estudos.”

Camila Ciampolini vai passar dois meses em intercâmbio no Canadá (Foto: Arquivo pessoal)
 
Camila Ciampolini vai passar dois meses em intercâmbio no Canadá (Foto: Arquivo pessoal)
Mais fácil de aprender inglês

Já a paulista Camila Ciampolini, de 23 anos, embarca em fevereiro para o Canadá para um intercâmbio de dois meses. Ela vai fazer curso de idiomas em Vancouver e está animada com a perspectiva da imersão no inglês. Recém-formada em engenharia de alimentos pela Universidade de São Paulo (USP) no campus de Pirassununga (SP), Camila considera o inglês fundamental para a evolução em sua carreira. “Para entrar em vários processos seletivos das melhores empresas é preciso ter o inglês fluente”, diz a jovem, que faz estágio em uma grande empresa do ramo de bebidas.
Camila juntou as economias da poupança e investiu cerca de R$ 5 mil em um programa oferecido pela agência de intercâmbio Studynet, de Campinas. Vai ficar em casa de família no primeiro mês e poderá optar por continuar no local ou mudar de hospedagem no segundo. Terá ainda 31 horas de aula por semana.
Para entrar em vários processos seletivos das melhores empresas é preciso ter o inglês fluente"
Camila Ciampolini, que embarca
para o Canadá em fevereiro
“Escolhi o Canadá porque lá é mais fácil aprender inglês em menos tempo”, justifica. “Os canadenses falam mais pausadamente, com mais clareza, não unem muito as palavras, diferentemente dos norte-americanos. Recebi esta orientação de vários professores de inglês.”
Os colegas de trabalho já começaram com as piadas motivadas pelo sucesso da internet. “Dizem que a Camila está indo e a Luíza voltando.”
'Caso Luíza' pode aumentar a procura pelo país
As empresas que vendem pacotes de intercâmbio para o Canadá torcem para que o fenômeno na internet envolvendo a jovem Luíza Rabello possa aumentar ainda mais a procura dos brasileiros pelos cursos de férias e intercâmbios no país. “Este 'caso Luíza' acaba colocando o destino em destaque nas redes sociais, que hoje em dia são a melhor forma de atingir diretamente todas as classes socioeconômicas e faixa etária”, afirmou Debora Lorenzo, gerente de produto da Central de Intercâmbio (CI).
O G1 ouviu Debora e Maurício Pivetta, gerente de treinamento da Experimento, para listar as vantagens de estudar no Canadá, que podem convencer o estudante a viajar ao país independente do ‘fenômeno Luíza’.
Canadá - corrigido (Foto: Arte/G1)Mapa do Canadá (Foto: Arte/G1)
Visto
Para intercâmbios de até seis meses, é possível entrar no país com visto de turismo com permissão de estudo. Este costuma ser mais barato e sair mais rápido do que os outros. Para quem vai permanecer mais tempo no país, no caso dos estudantes de high school (quando cursam parte do ensino médio), é necessário tirar o visto de estudante. Neste caso, é preciso ter uma carta de aceitação da escola canadense, documento de custódia (significa que alguém assume a guarda do adolescente durante o programa, geralmente o diretor da escola ou a família hospedeira), além de um exame médico feito pelo próprio consulado.
Também é possível solicitar o visto de entrada única ou múltipla entrada, que pode ser válido por até cinco anos, sem limite de entradas e saídas do país. Independente do tipo do visto, o ideal é que ele seja tirado via despachante, pois a documentação chega mais organizada ao consulado.

 
Gláucia Junqueira ficou um mês em Vancouver (Foto: Arquivo pessoal)
 
Gláucia Junqueira ficou um mês em Vancouver

(Foto: Arquivo pessoal)
Preço
O governo canadense subsidia o estudo de estrangeiros para aumentar a procura, por isso os cursos chegam a ficar até 30% mais baratos do que os dos Estados Unidos, por exemplo.
Idiomas
No Canadá é possível estudar inglês e francês. Em regiões como Quebec, o idioma é o francês.
Cultura
Assim como o Brasil, o Canadá é um país multicultural, por isso os moradores estão acostumados com os estrangeiros e costumam ser simpáticos e receptivos. “Temos famílias que depois que hospedam brasileiros pela primeira vez não querem mais receber alunos de outros lugares. Eles se identificam com a nossa cultura, até pela questão de futebol e pegam gosto pelo abraço”, diz Debora.
Localização e turismo
O Canadá possui uma das melhores e mais famosas estações de esqui do mundo. No verão, a estação vira pista de mountain bike.
Algumas cidades canadenses, como Toronto, por exemplo, ficam próximas dos Estados Unidos. Os estudantes que optam por fazer intercâmbio no Canadá podem fazer passeios de fim de semana em cidades americanas.
CONFIRA OPÇÕES DE CURSOS NO CANADÁ
Agência ExperimentoOnde: Escola ILSC em Toronto (Ontario) ou Vancouver (British Columbia)
Período: curso de inglês quatro semanas com 17 aulas semanais
Inclui: acomodação em casa de família, com quarto individual com café da manhã e jantar inclusos
Preço: a partir de R$ 3.970,68*

*sujeito a alteração conforme variação cambial
Informações: http://www.experimento.org.br/
Agência CIOnde: Vancouver (British Columbia)
Período: curso de inglês de quatro semanas com 20 aulas semanais
Inclui: acomodação em casa de família quarto individual meia pensão + material didático
Preço: a partir de R$ 3.418*

Onde: Winnipeg (Manitoba)
Período: high school - um semestre letivo em escola pública
Inclui: acomodação em casa de família com pensão completa
Preço: a partir de R$ 18.987*

*taxa de câmbio de R$ 1,92 do dia 18 de janeiro de 2012; valores não incluem taxas e estão sujeitos a alteração sem prévio aviso
Informações: http://www.ci.com.br/
Agência STBOnde: University of Victoria, em Victoria (British Columbia)
Período: curso de inglês de 12 semanas
Inclui: casa de família com refeição completa (café da manhã, almoço e jantar)
Preço: a partir de CAD 3700,00 (curso) + CAD 2400,00 (acomodação) + R$ 288 (taxa de matrícula STB)*

Onde: cidade na província de Ontario
Período: high school - um semestre letivo em escola pública
Inclui: casa de família com refeição completa (café da manhã, almoço e jantar)
Preço: CAD 24.062,00 + taxas*

*valores referentes somente a parte terrestre e estão à disponibilidade e alteração, sem aviso prévio
Informações: http://www.stb.com.br/


Conteúdo com grife

Pela internet é possível fazer cursos nas melhores universidades do mundo – sem sair de casa

MARGARIDA TELLES
 Educação (Foto: reprodução)

VETERANO Daniel Avizu em sua empresa. Ele estudou inteligência artificial no site Khan Academy  e se matriculou num curso de gestão em Stanford  (Foto: Rogério Cassimiro/Época)
 
Fazer pós-graduação ou um curso de especialização no exterior é o sonho de muitos brasileiros. Questões como vistos, a impossibilidade de deixar o trabalho ou a família no Brasil e as altas mensalidades de instituições prestigiadas, como Harvard e Oxford, tornam esse projeto inviável para a maioria. Percebendo essa dificuldade, as faculdades criaram opções para levar parte de sua excelência de ensino para outros cantos do mundo, por meio da internet. Muitos cursos são de graça, como os 16 que a Universidade Stanford, nos Estados Unidos, acaba de tornar disponível aos visitantes de seu site. No final do curso, há avaliações e pode-se receber um certificado. Outras universidades de renome têm investido pesado em seus programas de educação à distância pagos e cresce o número de especializações adaptadas para esse modelo virtual. Agora, por preços mais acessíveis, é possível aprender com professores de Berkeley e Harvard, nos EUA, e de Oxford, na Inglaterra. Mas, assim como aconteceria em cursos face a face, para encarar esses programas é preciso entender inglês.
O ensino à distância é uma tendência crescente no Brasil e no mundo. De acordo com o teórico de negócios americano Clayton Christensen, até 2017 metade das aulas do mundo será ministrada de forma remota. Segundo o último censo da Associação Brasileira de Ensino à Distância (Abed), em 2009 mais de 600 mil brasileiros faziam cursos desse tipo no ensino superior. A maior parte deles em universidades nacionais. Mas o número de alunos que fazem pós-graduação em instituições no exterior cresce. Parte da expansão dessa modalidade de ensino se deve às empresas, que têm investido na educação continuada por internet para seus funcionários. “Além de o custo ser menor, o profissional não precisa sair do país”, afirma Fredric Michael Litto, presidente da Abed.
A especialização numa universidade estrangeira ajuda a valorizar qualquer currículo. Além disso, aulas sobre temas específicos podem servir como base para um novo empreendimento ou uma área que o profissional deseja dominar melhor. O economista Daniel Avizu, de 32 anos, encontrou a resposta para muitas de suas dúvidas em tecnologia no site da Khan Academy, um portal de ensino à distância especializado em ciências exatas. “O último curso que fiz foi de reconhecimento da linguagem natural, um segmento da área de inteligência artificial que eu precisava dominar para o meu trabalho”, afirma.
Ele está inscrito para cursar de graça o programa de gestão de empresas de tecnologia, recém-criado pela universidade americana Stanford. Steven Blank, professor que montou esse curso, ensina empreendedorismo há sete anos para os alunos de engenharia da universidade. Ele já criou oito empresas de tecnologia no Vale do Silício. “Um profissional como esse não existe no Brasil”, diz Avizu, que é sócio de uma companhia de tecnologia de segurança, a ZoeMob.
Programas de graduação no exterior precisam ser validados pelo MEC. Essa regra nem sempre vale para cursos livres ou de extensão, como o que Avizu fará. “Em 80% das profissões, o que conta é o conhecimento adquirido e a credibilidade da universidade estrangeira”, afirma Fredric Litto. Antes de escolher o curso, é fundamental avaliar como ele foi estruturado. Na página da universidade deve constar a descrição da disciplina, o programa das aulas, o nome do professor responsável e informações sobre as formas de avaliação. Também é importante verificar se existem canais para o aluno tirar dúvidas e que tipo de recurso tecnológico é necessário para acompanhar o curso.
Por fim, o estudante deve analisar se ele tem o perfil necessário para participar de um programa de educação à distância. Sem organização, comprometimento com os prazos e motivação, as chances de desistir no meio do caminho são enormes. Na dúvida, é aconselhável tentar primeiro um curso de poucas semanas, de preferência gratuito.
Ensino à distância de primeira 
Algumas das mais tradicionais instituições estrangeiras oferecem cursos em inglês de diversas áreas, com direito a tutoria, avaliação e certificado
  


Por que a empregada sumiu (trecho)

O trabalho de doméstica como existe hoje vai acabar. A transição será difícil. Mas as famílias brasileiras – todas – deveriam celebrar a mudança

MARCOS CORONATO E MARCELO MOURA COM BRUNO SEGADILHA, FELIPE PONTES E NATÁLIA SPINACÉ
 
Algumas horas do início de 2012, a advogada paulistana Silvia Hauschild, mãe de dois filhos, se preparava para a ceia de Ano-Novo, tranquila. Ela confiava na ajuda que receberia de uma diarista, mas estava errada: sem nenhum aviso, a empregada faltou. “Tínhamos convidados para a ceia e para um churrasco no dia 1º e, de repente, fiquei na mão”, diz Silvia. O imprevisto que aconteceu com a advogada na entrada de 2012 poderia ser explicado apenas como um acidente de percurso, mas não. Ele faz parte de um quadro muito maior, que marca a entrada do mercado de trabalho brasileiro no século XXI: o sumiço das empregadas domésticas como existem hoje. A mãe da advogada, de sólida classe média, tinha empregadas em casa noite e dia. Silvia tem uma empregada que não dorme em casa e sabe que não pode contar indefinidamente com ela. Nos próximos anos, essa personagem, que já foi onipresente nas casas brasileiras de maior renda, vai simplesmente deixar de existir, ao menos da forma como a conhecemos. O fenômeno não ocorrerá de forma rápida nem será o mesmo em todas as regiões do país, mas já está em curso em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou Porto Alegre e é inevitável que se espalhe. Por causa dele, os lares brasileiros terão de mudar.
- (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)

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Essa mudança gigantesca está sendo movida por três fatores simultâneos: a melhor distribuição de renda regional, o crescimento da economia e a escolarização da população, que está causando uma espécie de revolução cultural. A questão regional é fácil de entender. Com o aumento de renda no Nordeste, secou a fonte de fornecimento de empregadas baratas. As meninas que antes vinham trabalhar em casas de família no Sudeste podem, agora, trabalhar com famílias de classe média de sua região ou arrumar outro tipo de emprego, sem migrar. O crescimento da economia, por sua vez, fez com que as moças que trabalham de empregada no Sudeste tenham alternativas de emprego e carreira. Podem escolher entre o trabalho doméstico e as atividades que pagam melhor ou oferecem mais horizontes. Por fim, a revolução cultural: tendo ido à escola, as jovens brasileiras simplesmente não querem mais trabalhar na casa dos outros, um fenômeno que já ocorreu em outros países. O trabalho doméstico carrega um estigma social e uma intrínseca falta de expectativas profissionais, problemas difíceis de compensar com mero aumento de salário. Quem pode escolher prefere não trabalhar na casa alheia, mesmo que seja para ganhar menos.

- (Foto: Reprodução)

A transformação demorou a chegar. O Brasil se acostumou à abundância de trabalho doméstico ao longo de quase 200 anos. Mesmo antes da abolição da escravidão, em 1888, moças de todas as raças migravam do campo para as cidades, a fim de trabalhar para famílias mais ricas, escapar da pobreza e aumentar a chance de encontrar um bom marido. Eram enredadas em relações de caráter dúbio, meio de trabalho, meio familiar, num novelo de padrinhos, madrinhas, agregados e favores. As moças recebiam normalmente abrigo e comida em troca de dar “ajuda” nos trabalhos da casa, como explica a economista Hildete Pereira de Melo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que há 20 anos estuda a evolução do emprego doméstico na história do Brasil. A “ajuda” virou trabalho remunerado na segunda metade do século XX. Mas esse mercado continuou dependente dos bolsões de pobreza, da desigualdade de renda entre regiões e do número de adultos sem instrução. Juntas, essas peças garantiram, até recentemente, uma oferta constante de pessoas dispostas a migrar para as capitais, morar na casa alheia e trabalhar por salários muito baixos, pequenos o bastante para caber no bolso da classe média tradicional. Mas o arranjo faz com que a economia funcione abaixo do grau de eficiência com que poderia. Uma parcela grande demais de mulheres (17% das que trabalham) se dedica ao serviço doméstico remunerado. Ele pode parecer precioso para quem conta com uma empregada eficiente e de confiança, mas produz pouco para a sociedade, não incentiva o estudo (também por causa das jornadas de trabalho imprevisíveis) e tolera a informalidade – não paga impostos nem forma poupança para a aposentadoria de quem trabalha. Trata-se de uma estrutura danosa para a economia. Nos últimos anos, ela começou a ruir.

- (Foto: Ricardo Jaeger/ÉPOCA)
 http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/01/por-que-empregada-sumiu-trecho.html

Modelo mostra seios após ganhar 300 mil seguidores no Twitter

Adrianne Curry (Foto: Twitter)
 
Adrianne Curry (Foto: Reprodução/Adrianne Curry)
 
A modelo Adrianne Curry mostrou ser uma mulher de palavra ao publicar uma foto nua após conseguir mais de 300 mil seguidores no Twitter. Ela havia feito a louca promessa de revelar seus atributos caso conseguisse esse número de followers: "Quando atingir 300 mil seguidores por aqui, eu farei algo grande. Como, finalmente, mostrar meus seios em um tweet de bom gosto, mas ainda revelador".
A vencedora da primeira edição do reality show America’s Next Top Model, assim que conseguiu os 300 mil seguidores, não perdeu tempo e lançou a foto no microblog: "Como prometido, a foto com nu artístico e encantador."
Adrianne Curry, no entanto, ainda não parece satisfeita e já afirmou, em alguns tweets, a intenção de repetir o feito em trocar de mais seguidores. "Talvez, quando atingir a marca de 500 mil seguidores, apareça uma imagem não aconselhável para ver no trabalho", disse ela em outro tweet.

Foto de Adrianne Curry nua (Foto: @AdrianneCurry)
 
Modelo posta foto depois de acumular 300 mil seguidores (Foto: Reprodução/Adrianne Curry)
 
Acima, você confere a imagem publicada, devidamente censurada. O perfil oficial da modelo no Twitter é o @AdrianneCurry.

Gestação de quadrigêmeos era farsa, diz advogado de 'supergrávida'

Caso aconteceu em Taubaté, no interior de São Paulo.
Defensor disse que mulher está 'destroçada' com a situação.

Do G1 SP, com informações da TV Vanguarda
 
Mulher que dizia estar grávida de quadrigêmeos em Taubaté (Foto: Rogério Marques/O Vale/AE)
 
Mulher que dizia estar grávida de quadrigêmeos em Taubaté (Foto: Rogério Marques/O Vale/AE)
 

O advogado Enilson de Castro, que representa a mulher que disse estar grávida de quadrigêmeos em Taubaté, no interior de São Paulo, admitiu durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (20) que a gestação era falsa. Ele não esclareceu, porém, o que levou Maria Verônica Vieira a mentir sobre a gravidez. "A gente ainda não pode responder essa pergunta", disse. O advogado afirmou apenas que ela tem problemas psicológicos. A professora afirmou a ele que está "destroçada" com a situação.
A história da gravidez de quadrigêmeos surgiu no início do ano e foi noticiada pelo G1. Na ocasião, a mulher disse em entrevistas que as quatro crianças eram meninas e teriam como primeiro nome Maria. Depois da divulgação da "supergravidez", um médico que atendeu a mulher no segundo semestre do ano passado afirmou que, na ocasião, ela não estava grávida. A polícia começou a investigar o caso. Havia rumores também de que o casal tinha apresentado a ultrassonografia de outra grávida.
O advogado assumiu a defesa de Maria Verônica na madrugada desta sexta-feira, por volta das 4h. Enilson de Castro disse acreditar que o marido dela não sabia da farsa e que outros familiares também não. Segundo o advogado, todos "estão muito abalados com o caso". Ele admitiu que a cliente usava "uma barriga de silicone" com enchimentos. O advogado disse que a mulher, inclusive, se prontificou a doar os presentes que ganhou.
O defensor disse que a mulher não desmentiu a gravidez antes por causa da grande repercussão que o caso tomou. A probabilidade de uma gravidez espontânea de quadrigêmeos é de 1 para 512 mil. O advogado que antes cuidava do caso, Marcos Leite, agora é contratado apenas do marido.
Médico
O obstetra Wilson Vieira de Souza disse que Maria Verônica Vieira realizou um exame de ultrassom que não atestou a gravidez. “Ela veio ao meu consultório em junho, dizendo que estava grávida. Eu pedi o exame de ultrassom e ela só me trouxe no dia 30 de agosto. Também pedi exame de gravidez, mas ela não trouxe. Naquele dia, ela não estava grávida”, afirma. De acordo com Vieira, ela voltou ao consultório no dia 21 de outubro, com novos exames. “Falei que não tinha dado gravidez. Aí, quando chegou janeiro, vi as reportagens e achei que a conhecia”, conta.
O delegado seccional de Taubaté, Ivahir Freitas Garcia Filho, disse que vai dar sequência ao inquérito que apura o caso. Ele pretende ouvi-la nos próximos dias. O delegado afirmou na quarta que “a polícia instaurou o inquérito para ver se o comportamento dela tem algum cunho que infrinja a legislação penal brasileira". Um dos objetivos da investigação é atestar se a mulher obteve algum tipo de vantagem econômica com a falsa gravidez.

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