quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Notícias G1

'Quero ter carro', diz dona de casa que terá 1º emprego como temporária

Mulher que sonha em comprar carro se destacou na entrevista de trabalho.
Série do G1 dá dicas sobre como conseguir emprego temporário.

Flávia Cristini e Marta Cavallini Do G1 em Belo Horizonte e em São Paulo

selo série como conseguir emprego temporário (Foto: Arte G1)
Aos 41 anos, Maria José Cândida Campos acabou de conseguir o primeiro emprego. O registro na carteira de trabalho é para uma vaga temporária de 3 meses em uma lanchonete em Minas Gerais. Sem experiência, ela buscou uma oportunidade para realização pessoal e por vontade de aumentar a renda da família. “Eu tenho o sonho de comprar um carro para mim. O meu marido tem, mas eu quero ter o meu próprio”, diz.
(Série Como conseguir um trabalho temporário: o G1 publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas que têm trabalhos desse tipo e dicas de onde e quando procurar, os direitos dos temporários, entre outros tópicos.)
Casada há 24 anos, Maria José até então cuidava apenas da casa e dos filhos – dos seis, quatro ainda moram com ela. Nunca tinha procurado emprego ou curso de qualificação por causa do marido, que, segundo ela, não permitia.
Foi preciso muito tempo para a situação ficar mais flexível em casa e ela conseguir convencê-lo. Hoje, todos estão comemorando. A dona de casa tem nas mãos uma carteira de trabalho novinha, que acaba de ser assinada.
O currículo também foi uma novidade da vida dela. Informou a escolaridade e deixou claro que não tinha passagem por outros empregos. A vaga de copeira não exigia experiência e ela se saiu bem na primeira entrevista, eliminado outras duas candidatas. A partir de agora, vai trabalhar com uma equipe de 14 pessoas na lanchonete de um parque ecológico e alambique em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Sempre tive vontade de ter um uniforme para trabalhar”, conta.
Se destacou na entrevistaPara a analista de recursos humanos Daniele Moreira, que fez o recrutamento, Maria José se mostrou apta. “As referências pessoais, a postura na entrevista e a conversa com a responsável do setor contaram”, afirmou.
Segundo ela, a candidata mostrou disposição para desempenhar o trabalho, que vai exigir limpeza e organização da cozinha e o manuseio de alimentos. Na seleção, ela passou também por testes psicotécnicos e, por algumas horas, acompanhou como o serviço era desempenhado na cozinha da empresa.
Na última sexta-feira (30), véspera do começo na função, ela buscou o esperado uniforme e entregou os últimos documentos. O G1 acompanhou a chegada da funcionária. “Estou muito feliz”, disse. De cara, recebeu elogios da coordenadora Patrícia Passini. “Ela é tímida, mas tem muita boa vontade. A força de vontade dela contagiou. Ela veio disposta a aprender, a conhecer funções dentro de uma empresa, coisa que ela nunca conheceu”.
Maria José foi contratada para cobrir três férias, mas a perspectiva de contratação existe. “É apenas um começo. O crescimento vai depender dela. Está começando agora como copeira, mas não significa que ela vai ficar como copeira para sempre”, completou a analista de recursos humanos.
Seleção de temporário é mais rápida
Assim como Maria José, quem não experiência profissional também pode conseguir se destacar em uma seleção, diz Elaine Saad, gerente geral da Right Management e vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Na entrevista, quando a pessoa é iniciante, deve tentar falar de coisas que gosta de fazer, do que a motiva e do quanto está empolgada para iniciar um trabalho. “Um trabalho temporário normalmente é uma grande porta de entrada para quem não tem experiência, uma vez que é uma chance para a pessoa demonstrar sua capacidade durante esse período, gerando na empresa o interesse de tê-la no quadro permanente de funcionários”, diz.
A especialista diz que normalmente a seleção para um temporário tem menos etapas e ocorre de uma forma mais rápida devido à pressão do tempo pela contratação, porém, é um processo seletivo como outro qualquer e o candidato precisa dar a mesma importância que uma vaga efetiva.
A entrevista, segundo Elaine, é diferente da realizada com quem já tem experiência. ”Explora-se muito mais o potencial da pessoa, sua energia, entusiasmo e vontade de desempenhar a função. Mas vale a mesma regra de que o candidato deve ser transparente, falar a verdade e demonstrar seu interesse pelo trabalho.”
Para a recrutadora, Maria José fez certo ao deixar claro que não tinha experiência. “Não devemos mentir numa entrevista. Não ter experiência faz parte da vida profissional de qualquer pessoa. Todos nós temos que iniciar de alguma forma”, explica.
Se o objetivo de conseguir o emprego for juntar dinheiro para comprar algum bem de valor ou viajar, o candidato também deve mencioná-lo na seleção, caso seja questionado sobre a razão de tentar a vaga, pois a empresa pode chamá-lo para nova oportunidade no futuro.

05/10/2011 07h24 - Atualizado em 05/10/2011 07h25

Menino de 12 anos é atingido por alicate na cabeça no RJ

Ele deu entrada no domingo (2) no Hospital de Saracuruna.
Menino precisou passar por cirurgia e está bem, segundo Secretaria.

Do Bom Dia Rio


Um menino de 12 anos precisou passar por uma cirurgia depois de ser ferido por um alicate na parte de trás da cabeça. Ele deu entrada no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no domingo (2). Segundo os médicos da unidade, seu estado de saúde é bom.
A Secretaria estadual de Saúde informou que ele foi atingido por outra criança. Simão Felipe Nascimento Coelho de Oliveira chegou lúcido ao hospital. Ainda segundo a Secretaria, ele passou por exames, como uma tomografia computadorizada que mostrou que o menino tinha uma hemorragia e por isso foi necessária a cirurgia.
Mergulhador ferido com arpão
Em 2009, médicos do mesmo Hospital de Saracuruna se depararam com um caso semelhante. Na ocasião, o mergulhador Emerson de Oliveira Abreu deu entrada na unidade depois de ser atingido na cabeça pelo próprio arpão.
Ele também precisou passar por uma cirurgia. De acordo com um médico, 25 centímetros do arpão penetraram na região frontal direita do cérebro do mergulhador. Na época, o neurocirurgião Manoel Moreira Filho disse que paciente teve a vida salva por milímetros.
“Se o arpão se desviasse só alguns milímetros teria afetado a visão e lesionado a carótida e o paciente teria morrido. Graças à imagem tridimensional, conseguimos precisar o local exato da cirurgia. Ainda serão necessários novos exames. Pode ser que ele tenha uma pequena perda do olfato, já que a trajetória do arpão foi muito próxima da fossa nasal”, ressaltou o médico na época.

Estudante de direito morta no PI foi jogada de prédio em obras, diz MP

Promotoria defende tese de homicídio com base em laudos da perícia.
Corpo de jovem de 19 anos foi encontrado em obra do MPF em Teresina.

Rosanne D'Agostino Do G1, em São Paulo
Laudos da perícia no caso da morte da estudante Fernanda Lages Veras, de 19 anos, apontam para homicídio doloso, segundo o Ministério Público. A jovem foi encontrada morta no dia 25 de agosto no prédio em obras que será sede do Ministério Público Federal em Teresina. Promotores que investigam o caso junto à Polícia Civil acreditam que ao menos dois homens estão envolvidos no crime, mas dizem que ainda não é possível revelar detalhes sobre a motivação.

Fernanda Veras, 19 anos,  (Foto: Reprodução/TV Clube)
Fernanda Lages Veras, 19 anos, foi encontrada morta na futura sede do Ministério Público Federal
do Piauí em agosto (Foto: Reprodução/TV Clube)
De acordo com o Ministério Público, a estudante teria sido jogada do 5º andar do prédio da obra, um espaço aberto onde há um mirante e uma mureta de 1,4 metros de altura. O resultado de exames periciais no corpo da estudante mostra que a morte foi consequência da queda, segundo o MP. O DNA de dois homens foi encontrado no local e deve ser analisado.
Fernanda era filha de um ex-vereador de Barras (127 km da capital). No início do ano, mudou-se para Teresina para estudar direito. Segundo a polícia, no dia do crime, o corpo da jovem tinha marcas de ferimento profundo na cabeça e um dos braços quebrado, o que indicaria luta corporal com um possível agressor.
Laudos
O cenário do crime foi delineado pelos promotores com base nas investigações, depoimentos e no resultado dos laudos, entregues esta semana após análises feitas em João Pessoa. Fernanda teria entrado por um portão contíguo à obra, na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), por volta das 5h30, e caminhado até o futuro prédio do MPF. Antes, teria permanecido no próprio carro, encontrado no dia seguinte no local, por cinco minutos. A informação foi dada por um vigia da obra.
A estudante possuía elevado teor alcoólico no corpo, e nenhum vestígio de consumo de drogas. Segundo depoimentos, ela saiu de um restaurante onde festejava com amigos. Ela também não foi vítima de estupro, de acordo com a perícia.
Segundo o Ministério Público, os laudos concluem que Fernanda teve duas fraturas no braço esquerdo, e diversas marcas sincronizadas do lado direito do corpo, compatíveis com batidas na quina dos degraus da escadaria do prédio, que tem um canto de metal. “É possível que ela tenha caminhado até certo ponto, e depois tenha sido puxada pelo braço esquerdo, arrastada, batendo na escada”, diz o promotor José Eliardo Cabral.
Com essa conclusão, a hipótese de suicídio é totalmente descartada pela Promotoria. “É fato superado, estamos convictos de que se trata de homicídio doloso e certamente com algumas qualificadoras”, afirma o promotor. “Ela, com certeza, foi arrastada por alguém, ou mais de uma pessoa. O local é de difícil acesso, e só seria possível fazer o percurso conhecendo o lugar. O alto teor de álcool também indica que ela poderia ter dificuldades para andar.”
Ainda segundo a Promotoria, no último andar, perto da mureta, a estudante teria sido suspensa por alguém, momento em que não reunia mais forças para oferecer resistência. “Não há sinais de luta corporal ou resistência. Essa mureta foi pintada no dia anterior. Em um dos calçados, que caiu rente à parede do prédio, há uma marca em cima do pé, compatível com a mureta”, afirma o promotor Ubiracy Rocha.
A perícia também concluiu que a morte ocorreu em razão da queda do edifício, como consequência do impacto com o cimento, por meio de marcas de desaceleração e lesões internas. Nas unhas da estudante também não foram encontrados vestígios de DNA de outras pessoas. "Nenhum material que não o dela foi encontrado no corpo", afirma. No local do crime, na escadaria e na mureta, porém, fios de cabelo, suor e sangue apontam para o perfil de dois homens que estiveram no local.
Teste de DNA
A Polícia Civil recolheu a saliva de 30 pessoas, incluindo operários da obra, para comparar com o DNA encontrado. Os exames devem ser feitos em João Pessoa, e os resultados devem ficar prontos entre 8 e 10 dias. “Dois homens estavam na cena do crime, executores, e trabalhamos com a hipótese de alguém de fora, um mandante. Em tese, ela teria sido atraída àquele local, o que resultou em sua morte. Talvez Fernanda soubesse de alguma coisa que não interessava a uma determinada pessoa. Segundo depoimentos, era uma jovem que vivia intensamente a vida, gostava muito de sair com as amigas. Não cometeria suicídio”, diz Rocha.
“A prova pericial será definitiva nesse caso, assim como naquele da Isabella Nardoni. Ela traz os perfis de dois homens que possivelmente estiveram na cena do crime. Estamos colhendo mais provas, testemunhas, pessoas possíveis. Parece um enigma. Há sim um sentimento de que estamos diante de uma morte terrível aparentemente por motivos obscuros”, conclui o promotor.
Em razão da demora do resultado da perícia, o inquérito foi prorrogado por mais 30 dias. Nesta semana, a polícia deve realizar uma nova reconstituição do crime no local, desta vez, para simular a queda do corpo do mirante. A data ainda não foi marcada.

Grávida baleada por sogra se dispõe a fazer exame de DNA

Mulher teria sido baleada porque sogra desconfiava da paternidade de bebê.
Inquérito aponta sogra e marido de vítima como mentores do crime.

Do G1 SP

A mulher grávida que afirma ter sido baleada pela sogra em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, afirma que o filho que espera é, sim, do marido. Ela se ofereceu para fazer o exame de DNA. Para a polícia, a sogra e o marido de Francineri Alves, de 28 anos, são os mentores do crime, que teria sido motivado, segundo a vítima, porque a sogra tinha desconfiança da paternidade do bebê.
Nesta terça-feira (4), a polícia concluiu o inquérito sobre o caso. “Já não tem nenhuma dúvida de que eles [marido e sogra] foram os autores. Foi um crime passional”, disse o delegado Mauro de Almeida, titular do 5º Distrito Policial de São José dos Campos.
Segundo o delegado, o principal depoimento colhido foi o da própria vítima do crime, prestado na sexta-feira (30), quando ela ainda estava internada. Francineri afirmou que foi baleada seis vezes pela sogra quando estava dentro do seu carro, sendo que um dos tiros quase atingiu o bebê que está esperando.
Ainda de acordo com o delegado, a sogra e o marido de Francineri negaram o crime, mas a investigação constatou que existem muitas contradições nos depoimentos deles. “Tem muita contradição no depoimento com relação ao local em que eles se encontravam durante o fato”, disse o delegado.
O inquérito, concluído na manhã desta terça será encaminhado para a Vara do Júri de São José dos Campos, onde o caso deve ser julgado. As equipes de reportagem do G1  e da TV Vanguarda tentaram localizar o advogado de defesa de mãe e filho presos, mas ninguém foi encontrado até a manhã desta quarta-feira (5) para comentar o assunto.
Perseguição
Francineri ficou internada por quatro dias em um hospital do Vale do Paraíba. Após a alta, ela contou como conseguiu sobreviver e fugir após a tentativa de morte. "A mãe dele [do marido] já veio com uma arma na minha frente. Ela disparou tudo o que ela tinha de munição e ele bem atrás dela, olhando. Eu fingi que estava morta, caí no banco do passageiro e tentei fugir quando eu vi que eles já tinham ido embora", disse.
Depois de sobreviver aos disparos, Francineri conseguiu ligar o carro e dirigir. O marido e a sogra a seguiram. Tentando escapar, a mulher entrou na contramão da Via Dutra e bateu o carro em um caminhão. Segundo ela, o socorro foi muito rápido. A sogra e o marido foram presos.

Nobel de Química vai para cientista que descobriu quase-cristais

Israelense Daniel Shechtman recebe o prêmio sozinho.
Premiação foi anunciada nesta quarta-feira (5).

Do G1, em São Paulo

O cientista israelense Daniel Shechtman venceu o Nobel de Química de 2011. (Foto: Divulgação) (Foto: Divulgação/Nobel)
O cientista israelense Daniel Shechtman venceu o Nobel de Química de 2011.(Foto: Divulgação/Nobel)
O Nobel de Química 2011 foi para o cientista israelense Daniel Shechtman, 70 anos, conhecido pela descoberta dos "quase-cristais". Ele recebe sozinho o prêmio de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 2,7 milhões.
O comitê do Nobel lembrou que os quase-cristais foram estudados por muitos cientistas, mas que a descoberta se deve exclusivamente a Shechtman, que precisou de muita "habilidade e tenacidade" para convencer uma "muito cética" comunidade científica.
Segundo o comitê do Nobel, os cientistas acreditavam que a matéria sólida era feita sempre de átomos arrumados em uma ordem definida e que podia ser repetida diversas vezes para formar uma estrutura de cristal.
Mas os átomos que Shechtman descobriu não tinham um arranjo que podia ser repetido. Ele estudava um material formado por alumínio e manganês com um microscópio eletrônico. Ao analisar as imagens que o equipamento consegue produzir para mostrar a organização dos átomos, o cientista se deparou com um formato que seria impossível de existir.
"Os quase-cristais redefiniram o primeiro capítulo do estudo da matéria organizada", afirmou o representante do comitê responsável por explicar a pesquisa de Schechtman.
Quase todos os materiais sólidos apresentam cristais ordenados, como no caso do gelo e do ouro. Cristais comuns possuem átomos arrumados em uma sequência que é possível de ser repetida várias vezes. Já os quase-cristais apresentam grupos de átomos reunidos sempre de forma diferente. Apesar de seguirem uma organização definida por fórmulas matemáticas, os átomos de quase-cristais nunca repetem a mesma "coreografia".
Depois do trabalho pioneiro de Shechtman, outros cientistas conseguiram reproduzir, em laboratório, os quase-cristais e, mais tarde, esses materiais foram encontrados naturalmente em um rio na Rússia. Uma empresa sueca chegou a achar os quase-cristais em um tipo de aço reforçado. Pesquisas atualmente tentam empregar os quase-cristais na construção de motores a diesel e frigideiras.
Bola de futebol estranha
Para o comitê do Nobel, a descoberta de Shechtman seria tão estranha quanto tentar formar uma bola de futebol somente com gomos de seis lados. Quem já pegou em uma bola de futebol nota que existem também gomos de cinco lados, para que a forma esférica seja possível.
O trabalho foi tão controvertido que o cientista foi retirado do seu grupo de pesquisa, em 1982. Mas o escolhido pelo Nobel conseguiu convencer os químicos a tentarem definir outra vez a concepção que tinham de matéria. "As reações que Daniel recebeu ao apresentar sua pesquisa iam de 'vá embora, Daniel' a 'isso não é muito interessante", lembrou o comitê do Nobel.
Nascido em 1941, Shechtman é, na verdade, um físico e trabalha no Instituto de Tecnologia de Israel, o Technion. No dia 8 de abril de 1982, quando aconteceu a descoberta, o israelense estava tirando um ano sabático nos Estados Unidos.

Shechtman colocou três pontos de interrogação ao registrar o estranho resultado de seu experimento. (Foto: Nobel / Divulgação)
Shechtman colocou três pontos de interrogação ao registrar os resultados. (Foto: Nobel / Divulgação)
"É uma das raras descobertas que podemos dizer o dia exato em que aconteceram", disse o comitê do Nobel. "Conversamos com ele por telefone e ele está muito feliz. Ele disse que sonhou com isso, mas tinha desistido da esperança de consegui-lo."
O anúncio foi feito nesta terça-feira (4) no Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia. Este é o último prêmio para ciência de 2011. Nesta quinta-feira será entregue o Nobel de literatura. Na sexta, a vez é do da paz e na segunda, o de economia.
Ondas de elétrons
Para imaginar o experimento que Shechtman fez, é possível pensar em uma placa de metal que recebe um feixe de luz. Assim como no som, as ondas de luz vão atravessar a grade da mesma maneira que as ondas do mar passam por um dique.
Ao sofrerem refração na grade, as ondas continuam seu caminho formando círculos cortados pela metade. Cada onda interage com a outra, sendo ora reforçada, ora diminuída. No final, o cientista consegue uma imagem que mostra áreas escuras e claras.
Shechtman obteve a mesma imagem, mas usou elétrons no lugar da luz e como grade foram usados átomos de metais rapidamente resfriados. Mas não estava preparado para entender o que viu, mesmo após anos de experiência com microscópios eletrônicos: a foto mostrava dez "pontos" brilhantes dentro de um círculo.
A comunidade científica na época dizia ser impossível que tantos "pontos" aparecessem em um único círculo. No máximo, o resultado esperado eram 6 pontos. O número depende do material que é usado no experimento.

Entenda como a sibutramina age no corpo humano

Remédio para emagrecer age sobre o cérebro e dá sensação de saciedade.
Medicina ainda não sabe explicar por que risco cardiovacular cresce.

Tadeu Meniconi Do G1, em São Paulo

Com a proibição de três medicamentos – anfepramona, femproporex e mazindol – pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a sibutramina é hoje a única droga usada para emagrecer que atua sobre o sistema nervoso. Além dela, só há mais um remédio disponível para esse fim, o orlistate – cujo nome de mercado é Xenical – que age sobre a absorção de gordura no intestino.
O farmacêutico Ivan da Gama Teixeira, diretor técnico e vice-presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), contou que a substância surgiu como um antidepressivo. “Viram que a diminuição do apetite era um efeito colateral e o remédio passou a ser usado como emagrecedor”, explicou.
Contudo, o que a sibutramina faz no cérebro não é exatamente inibir o apetite, como é o caso dos remédios que foram proibidos. Na verdade, ela estimula a saciedade. “Na prática, o paciente fica satisfeito com menos comida”, resumiu o endocrinologista Walmir Coutinho, pesquisador que participou da pesquisa “Scout”, a maior já feita sobre o remédio, que acompanhou pouco menos de 10 mil pacientes durante um período médio de 3 anos e 5 meses.
Os especialistas consultados pelo G1 explicaram que a sibutramina age sobre dois neuro transmissores: a serotonina e a noradrenalina. Esses neurotransmissores funcionam entre os neurônios, levando informações de um para o outro. Nesse processo, geram a sensação de saciedade.
Normalmente, isso ocorre num curto período de tempo, e eles retornam para dentro das células – o que é chamado de recaptação. O que a sibutramina faz é retardar essa recaptação, ou seja, a serotonina e a noradrenalina ficam por mais tempo fazendo a ligação entre os neurônios e deixam o indivíduo saciado.
Efeitos colaterais
Coutinho afirmou que os cientistas ainda estão tentando entender mais detalhes sobre o funcionamento da substância. Por isso, ainda não se sabe explicar por que ocorrem os efeitos colaterais, que, segundo ele, podem ser boca seca, taquicardia e insônia.
A pesquisa “Scout” registrou ainda que, entre pessoas que já têm alto risco de doenças cardiovasculares – como enfarte e derrame –, esse risco aumenta. No entanto, ainda não há explicação de como isso acontece no corpo humano.

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