terça-feira, 31 de março de 2020

Bolsonaro é criticado

Jornais e revistas do mundo criticam a forma como Bolsonaro minimiza a Covid-19

As últimas atitudes de Jair Bolsonaro frente à pandemia do coronavírus têm sido duramente criticadas pela imprensa internacional. No domingo, contrariando as recomendações de isolamento para as pessoas que podem ficar em casa, o presidente saiu do Palácio da Alvorada para um passeio por Brasília, posou para fotos com adultos e crianças e, mais uma vez, defendeu práticas que desafiam as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde. Preocupado com a economia, Bolsonaro já pediu inúmeras vezes o fim do confinamento em massa, afirmando que “a vida precisa continuar” e tratando a Covid-19 como uma “gripezinha”.
Mandetta indica que ‘isolamento vertical’ não é eficiente: ‘ É só pegar os que tem mais de 60 e cuidar, como se tivessem numa cápsula?’
Numa reportagem, a rede britânica BBC descreveu as atitudes de Bolsonaro que dão a entender que ele não está levando a sério o perigo da pandemia. “Enquanto o mundo tenta desesperadamente combater a pandemia de coronavírus, o presidente do Brasil está fazendo o possível para minimizá-la”, afirma o texto.
Um levantamento do site “G1” mostra ainda o que falaram outras publicações de vários países.
A “The Economist“, do Reino Unido, uma das revistas mais importantes do mundo, chamou o presidente de “BolsoNero”, numa alusão ao último imperador romano, tido como um tirano extravagante. O artigo da revista afirma que o novo coronavírus ignora classes sociais no Brasil, que são socialmente distantes, mas fisicamente próximas: “Um vetor pode ser o presidente populista, Jair Bolsonaro. No dia 15 de março, depois que seu secretário de Comunicações foi diagnosticado com o vírus, ele ignorou ordens de quarentena e tirou selfies com fãs. Quando o primeiro brasileiro morreu de Covid-10, no dia seguinte, ele denunciou uma ‘histeria’ sobre o vírus”.
O jornal americano “The New York Times” reproduziu um texto da agência de notícias Reuters que diz que as medidas econômicas de austeridade põem em risco a luta contra o coronavírus. Está escrito, por exemplo, que as atitudes para mitigar a pandemia no Brasil são “muito cautelosas e limitadas”: “Jair Bolsonaro, que assumiu em janeiro de 2019 com a promessa de uma mudança econômica, repetidamente culpou a ‘histeria’ da mídia por causar pânico em torno do que ele classifica de ‘uma gripezinha’. Ele chamou o fechamento do comércio em muitos dos estados de ‘um crime’”.
Abaixo, o que publicaram outros veículos.
‘The Atlantic’, EUA
A revista descreveu as frases de Bolsonaro a respeito da pandemia, como a que a descreve como uma “gripezinha”, e a declaração de que “brasileiro tem que ser estudado” porque “pula no esgoto ali, sai, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele”. No título, a publicação classifica o presidente do Brasil como o líder do movimento de negacionistas do vírus.
‘La Nación’, Argentina
O jornal publicou reportagem sobre os assessores que estariam influenciando a postura de Bolsonaro. O título é “O ‘gabinete do ódio’: o corpo de conselheiros de Bolsonaro na crise pela pandemia”. “Bolsonaro aprofundou a radicalização de seu discurso diante da crise do coronavírus, cada vez mais aconselhado pelo ‘gabinete do ódio’: um grupo de consultores ideologizados (assim chamados pela imprensa brasileira), com o selo e a presença de seu filho Carlos Bolsonaro”, descreve.
‘Der Spiegel’, Alemanha
O site da revista alemã noticiou o fato de Bolsonaro ter tido dois posts apagados de seu Twitter porque violavam as regras da rede social: “As mensagens excluídas são dois vídeos que mostram como Bolsonaro desconsidera as recomendações de seu próprio Ministério da Saúde para combater a pandemia. O presidente pode ser visto andando pela capital Brasília no domingo, encontrando-se com apoiadores e instando-os a manter a economia funcionando”.
‘Le Monde’, França
O jornal publicou que as declarações e Bolsonaro, mostrando um encontro dele com pessoas nas ruas de Brasília, são uma “contradição” ao que seu próprio governo prega: “Menos de 24 horas antes, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou a importância do confinamento no combate à pandemia de coronavírus”.
‘La Reppublica’, Itália
O jornal afirmou que Bolsonaro não desiste e que afirma que o novo coronavírus causa apenas uma gripe, além de ter dito aos governadores de São Paulo e Rio de Janeiro que eles devem reabrir tudo, mesmo com o avanço da pandemia.
Associated Press
Na agência de notícias, um texto afirma que ele trata a pandemia de maneira desdenhosa, mesmo com o aumento de casos no país.
“G1” lembra líderes que já voltaram atrás em suas atitudes frente à pandemia do coronavírus
Enquanto Bolsonaro insiste em defender o isolamento social apenas para idosos e grupos de risco, priorizando a reativação econômica em meio à pandemia de coronavírus, outros líderes internacionais que inicialmente relutaram em apoiar um amplo movimento de quarentena mudaram seu posicionamento e passaram a pregar mais medidas para conter a aceleração da pandemia. O caso mais emblemático é o de Donald Trump, nos Estados Unidos.No fim de janeiro, quando o primeiro caso foi registrado nos Estados Unidos, ele disse não estar preocupado. “Temos tudo sob controle. Tudo vai ficar bem”, minimizou.
Trump, no entanto, mudou de opinião com o tempo, e, no fim de semana, esticou as medidas de isolamento que tomou até 30 de abril. Os EUA, hoje, são o país do mundo com mais casos confirmados da Covid-19: mais de 140 mil, com 2,4 mil mortes.
O governo da Itália, segundo país mais mais afetado pela pandemia, mas o que mais registrou mortes até agora (101 mil infectados, com mais de 11 mil mortos), também relutou em adotar medidas de isolamento em prol a economia. O governo chegou a anular regras restritivas de prefeitos e governadores, e o ministro italiano de relações exteriores chegou a culpar a mídia por uma “cobertura exagerada”.
Os presidentes López Obrador, do Mèxico, e Vladimir Putin, da Rússia, também mudaram o tom com o tempo e passaram a defender a quarentena como forma de prevenção. Já o nicaraguense Daniel Ortega, assim como Bolsonaro, segue sem apoiar o isolamento.

Fonte: 
https://extra.globo.com/noticias/coronavirus/jornais-revistas-do-mundo-criticam-forma-como-bolsonaro-minimiza-covid-19-24340152.html?fbclid=IwAR3uI_7fYNmC7XOiATwygyLh30noI1zOxIkUcw3fTQtLwoTEZB6Bpi-1IYs

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu cometário. Obrigado

Show completo Lady Gaga em Copacabana Rio de Janeiro 2025

  Imprensa internacional repercute show de Lady Gaga na praia de Copacabana Veículos dos Estados Unidos, Reino Unido e França destacaram a a...