quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Revista Época

Julgamento da lei da Ficha Limpa continua na quinta-feira

Nesta quarta-feira, mais três ministros votaram. Até o momento, está 4 a 1 à favor da constitucionalidade da lei

REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIA BRASIL
    
       
O Supremo Tribunal Federal retoma hoje o julgamento da Lei da Ficha Limpa. O julgamento foi interrompido depois de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli (Foto: José Cruz/Abr)
O Supremo Tribunal Federal (STF) continuará na quinta-feira o julgamento da Lei da Ficha Limpa.
Nesta quarta-feira (15), mais três ministros votaram. Até o momento, são quatro votos a favor da constitucionalidade da lei (ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Cármen Lúcia) contra um (Dias Toffoli).
Estão na pauta as três ações que tratam da legalidade da norma, cuja análise começou em novembro do ano passado - quando os ministros Fux e Barbosa votaram pela constitucionalidade da lei. Nesta tarde, Dias Toffoli começou a sessão dizendo que a lei viola o princípio da presunção da inocência, já que permite uma punição para pessoas que não foram condenados com trânsito em julgado, ou seja, quando todas as possibilidades de recurso já foram esgotadas. Com essa interpretação, Toffoli considera que a lei é inconstitucional.
Depois de Toffoli, votaram as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, as duas a favor da aplicação da lei. Para a ministra Weber, a lei da Ficha Limpa não viola o princípio de presunção da inocência. "Inelegibilidade não é pena. O foco da inelegibilidade não é o indivíduo, mas a sociedade e a consolidação do estado de direito", disse a ministra, acompanhando o voto de Joaquim Barbosa.
O julgamento continua na quinta-feira, a partir das 14h.
A Lei da Ficha Limpa é resultado de um projeto de iniciativa popular que obteve o apoio de mais de 1,6 milhão de eleitores. Foi aprovada meses antes das eleições presidenciais de 2010 para barrar candidatos com pendências na Justiça. Alguns políticos chegaram a ter o registro negado, mas, depois, todos foram liberados. Isso ocorreu porque, depois das eleições, os ministros do STF decidiram que a lei só poderia ser aplicada depois de um ano em vigor, já que alterava o processo eleitoral.
Para evitar novas surpresas nas eleições de 2012, três entidades acionaram o STF em relação à Lei da Ficha Limpa. A ação mais abrangente é da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pede a declaração de constitucionalidade de todos os pontos da lei. As outras ações são do PPS – que pede que a lei seja aplicada a fatos anteriores à sua edição – e do Conselho Nacional dos Profissionais Liberais (CNPL), que quer a anulação da regra que torna inelegível por oito anos o profissional excluído do exercício da profissão por órgão profissional competente.


Greve na Polícia

Como chegamos a este ponto?

É inaceitável que policiais militares transformem os cidadãos em reféns. A anarquia nos quartéis deve ser combatida com firmeza pelas autoridades


Às vésperas do Carnaval, estabeleceu-se um ambiente de anarquia nos quartéis das polícias militares, mais adequado a blocos que invadem as ruas do que a corporações onde o respeito à lei, à ordem e à hierarquia deve ser a norma. Até o fechamento desta edição, greves de policiais militares estavam em curso na Bahia e no Rio de Janeiro. Também havia sinais de que o movimento poderia se alastrar para Alagoas, Distrito Federal e Espírito Santo. Em 2010 e no começo do ano, já houvera paralisações de PMs no Maranhão, no Ceará, em Rondônia e no Piauí. Agora, foi necessário chamar o Exército porque a baderna transbordou dos quartéis. Em Salvador, o número de homicídios triplicou em uma semana.
Repete-se, assim, um cenário que tem ocorrido desde, pelo menos, 1997. Naquele ano, uma greve selvagem começou em Minas Gerais, cuja polícia era vista como modelo, e espraiou-se por vários Estados. O texto da Constituição é cristalino na proibição à “sindicalização” e à “greve” entre os militares. Por que então esse tipo de movimento – que só pode ser qualificado como motim – vem se repetindo com frequência preocupante?
Há três motivos centrais para isso. O primeiro é o comportamento delinquente de alguns policiais, constatado agora na Bahia. Palavras de incitação ao vandalismo foram flagradas na boca do líder do movimento da PM baiana, Marco Prisco (leia mais sobre ele). Policiais sequestraram e incendiaram ônibus, interromperam o trânsito e aterrorizaram a população. A Polícia Federal descobriu a articulação de vários grevistas para estender o movimento ao Estado do Rio de Janeiro e, felizmente, líderes foram presos antes que o terror se espalhasse mais.

TERRORISMO Policiais militares exibem armas em salvador depois de sequestrar ônibus e fechar avenida. A delinquência dos PMs  não pode ficar impune (Foto: Almiro Lopes/Correio-BA)

O segundo motivo é a politicagem em torno da questão. A presidente Dilma Rousseff acertou ao dizer que não deve haver anistia para “crimes contra a pessoa e a ordem pública”. Mas o governo Lula, de que ela fez parte, sancionou uma anistia a policiais militares e bombeiros insubordinados. O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar, nas greves de 2001: “A Polícia Militar pode fazer greve. Todas as categorias de trabalhadores consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial”. Trata-se de um absurdo evidente – e Lula está longe de ter sido o único a explorar politicamente as greves policiais (leia mais sobre isso). A principal consequência do desleixo dos políticos é a falta de uma lei para regular as greves no setor público, quase 24 anos depois da promulgação da Constituição.
O terceiro motivo, que se soma à delinquência policial e à irresponsabilidade eleitoreira, é a leniência e a negligência com que os políticos brasileiros têm tratado a questão da segurança pública. Sucessivos governos foram incapazes de formular uma política nacional de segurança, que articulasse a ação da União e dos Estados – da qual as PMs e as polícias civis seriam importantes braços operacionais. No vácuo de uma política nacional, vicejam as propostas populistas e irrealistas, como a Proposta de Emenda Constitucional 300, a PEC, que tem galvanizado os grevistas por propor um piso salarial único para as PMs em todos os Estados (leia mais sobre isso). Todos estão de acordo que oficiais, sargentos, cabos e soldados devem ter uma remuneração adequada a uma profissão que implica cotidianamente riscos à vida. Mas a PEC 300, se aprovada, não seria a solução. Ela trata desiguais como iguais e arrebentaria as finanças estaduais.
As PMs são instituições com raízes na história do Brasil. Para funcionar bem, devem estar submetidas ao controle democrático da sociedade civil. Elas estão por trás de avanços recentes importantes na área de segurança pública, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no Rio de Janeiro, cujo sucesso se tornou motivo de celebração. Seria uma pena que tais iniciativas fossem contaminadas por policiais que apelam para a
deliquência para que suas reivindicações sejam ouvidas. Para isolar esses maus policiais, é preciso que as autoridades ajam com severidade. Assim, não haverá espaço nos quartéis para a anarquia. Nos dias de Carnaval, a algazarra deve se limitar apenas ao ambiente alegre das escolas de samba e dos blocos de rua.
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- Eles mantêm o cidadão refém- Pimenta na polícia dos outros é refresco- O Brasil que dá errado

Ronaldo Fenômeno faz presença vip no carnaval baiano

 


Nem só para Sharon Stone será mirada as lentes dos paparazzi que vão cobrir o carnaval de Salvador nesse carnaval. Ronaldo Fenômeno também se acertou com uma empresa de produtos eletrônicos que bancou o cachê do querido ex-jogador. Ronaldo estará na Varanda Elétrica, que já é uma tradição no Camarote Expresso 2222, comandado por Flora Gil. “ Teremos Preta Gil, Márcia Castro, Elba Ramalho, Trio Pé de Serra, Pipoca Moderna. Também estamos trazendo de Nova York o Forró in the Dark. Tudo isso por conta da nossa homenagem aos 100 anos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga”, diz Flora à coluna.
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ÉPOCA – Blog Mente Aberta

Maria Rita desperta curiosidade dos fãs com listinha do repertório da mãe


Faltando pouco mais de um mês para a estreia da série de cinco shows que Maria Rita vai fazer em homenagem à mãe, Elis Regina, a cantora resolveu aguçar a curiosidade dos fãs.
Nesta quarta-feira (15), Maria Rita – que, por enquanto, faz segredo absoluto sobre o que vai cantar –divulgou pelo Twitter uma foto com uma lista de canções gravadas por Elis. A foto não é muito nítida, mas é possível entender que a primeira da lista (que está em ordem alfabética) é “Agnus sei”, música de João Bosco e Aldir Blanc gravada por Elis em 1973. A segunda é “Agora tá”, samba que surgiu no repertório de Elis em 1979 e foi registrado pela cantora no álbum Saudade do Brasil, de 1980. Ao lado do nome desta canção, Maria Rita parece ter feito uma pequena anotação, impossível de ser vista com clareza na imagem. Depois, seguem-se “´Águas de março” e “Alô, alô, marciano”.
Ao lado da lista, chamada por ela de ‘ a quase impossível escolha’, também há uma letra inteira de uma canção, mas também está difícil de decifrar. Alguém consegue? (Atualização 16h26)Um seguidor do Facebook de ÉPOCA parece ter matado a charada: trata-se de “Morro Velho”, canção de Milton Nascimento gravada por Elis em seu disco de 1977.
A julgar pelas demais fotos postadas pela cantora (abaixo), ela já está ensaiando para o show “Viva Elis”, que tem estreia marcada para o dia 17 de março, data de nascimento de Elis, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. No dia 24 de março, será a vez de Porto Alegre receber Maria Rita. Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte também estão no roteiro. O projeto “Viva Elis” contará ainda com uma grande exposição com fotos, discos, figurinos e objetos de Elis.


(Danilo Casaletti)

Pedro Mariano lança álbum independente

Cantor critica o tratamento “pasteurizado” dado oferecido pelas grandes gravadoras e lança seu oitavo álbum por um selo próprio

DANILO CASALETTI

Pedro Mariano (Foto: Divulgação)
Com quase vinte anos de carreira, Pedro Mariano decidiu se tornar um artista independente. Depois de passagens por três grandes gravadoras (Sony, EMI e Universal) e pela brasileira Trama, de propriedade do seu irmão João Marcello Boscoli, o cantor “fechou os olhos” e se atirou na batalha de ser um artista sem suporte de uma grande empresa. Seu recém-lançado álbum 8 é o primeiro totalmente produzido pelo seu selo, batizado de Nau.
Trabalhando bem próximo de seu público e com uma estrutura de assessoria de imprensa e marketing própria, Pedro diz que o grande desafio agora é ampliar seus ouvintes e divulgar seu novo trabalho, mesmo não contando com a verba de uma gravadora. “Há outros meios de se fazer isso, como a internet e as redes sociais”, diz o cantor em entrevista a ÉPOCA. Para ele, seus fãs também têm papel fundamental nesse processo. “O boca a boca é muito importante. Em pouco tempo, uma das músicas do CD já está entre as dez mais pedidas de uma rádio de música brasileira”, diz, referindo-se à canção “Pra você dar o nome”, composição de Tó Brandileone.
O CD 8 foi produzido por Pedro Mariano e coproduzido pelos músicos Otávio de Moraes e Conrado Goys, profissionais que o acompanham há bastante tempo em apresentações e gravações. Também da turma de Pedro, Jair Oliveira (Jairzinho) é autor de três faixas do CD: “Pra cada coisa”, “Simples” e “Lado a lado”.
Apontado como o disco mais pop de sua carreira, 8, segundo Pedro, foi caminhando para esse formato e tem influência do que ele tem ouvido no momento, como álbuns do americano John Mayer e do inglês Jamie Cullum. “Nunca escondi que minha veia pop sempre foi muito forte, mas o disco também traz MPB e até baião”, diz. Um exemplo é “Miragem”, composição do novato Dani Black, que abre o disco.
Nesse bate-papo, Pedro fala do seu trabalho em estúdio, da confiança que desenvolveu com a sua banda e da longevidade do legado deixado por sua mãe, a cantora Elis Regina, cuja morte completa 30 anos em 2012. “Fico orgulhoso de ver que o Brasil não se esquece dela”, diz.

ÉPOCA - Esse é seu primeiro CD realizado totalmente pelo seu selo, Nau. Acha que conseguiu a independência que buscava?

 Pedro Mariano -
É difícil mensurar. Dentro de uma grande companhia, você tem investimentos de marketing, rádio, TV, vídeo clipe, tem apoio financeiro para sair com a turnê do disco. Não vou mentir para você que isso não faz diferença... Por outro lado, mesmo tendo essa grana para o marketing, você não tem uma customização, ou seja, a gravadora trabalha todos os artistas de forma igual. Do meu ponto de vista, dessa forma, você corre o risco de ter alguns artistas que não vão responder da mesma maneira que outros. Mas isso não significa que aquele artista ou disco não tenha apelo comercial. Ao meu ver, isso significa que para determinados discos, determinados segmentos, você precisa trabalhar de forma diferenciada. Mas as gravadoras não estão dispostas a fazer isso. Elas não têm como fazer isso. Elas precisariam de uma equipe muito maior do possuem e gente com cabeça um pouco mais aberta e menos no “piloto automático”, que não trabalhe de forma pasteurizada. Além disso, as gravadoras não conseguiram um jeito de lidar com a questão da pirataria e de tirar proveito de ferramentas como as redes sociais. E, por não saberem lidar com essas questões, elas começaram a invadir alguns segmentos que não competem a elas, como, por exemplo, participação em shows. Acho que a gravadora só pode ter participação nos shows se ela for investidora. Elas só colocam o disco na rua e depois querem uma porcentagem das apresentações. Não acho isso certo. Por todos esses motivos, decidi virar um artista independente.

ÉPOCA - E, como independente, qual o seu grande desafio?

 Pedro –
É um trabalho duro. Eu lanço um disco a cada dois anos. Ao longo desse tempo, eu consigo trabalhar cerca de 50 % das músicas do CD. Eu posso não ter a força da verba de uma gravadora para ‘causar’ logo no início, mas eu consigo fazer isso ao longo dos dois anos. Eu tenho um público conquistado, que está ali, e eu me comunico rapidamente com ele. O desafio é ampliar esse público. Eu tendo a me focar nisso, em ações para amplificar meu trabalho. E sei que tenho o público que já tenho como aliado. Os fãs fazem o boca a boca. Tanto que uma das músicas do CD já está entre as dez mais pedidas de uma rádio de São Paulo. Isso é uma conquista!

ÉPOCA – Suas músicas são vendidas pela internet?

 Pedro –
Ainda não. Como não sou autor delas, eu dependo de autorização das editoras e isso leva tempo. Mas eu quero ter meus discos em todos os sites de comercialização de música.

ÉPOCA – Você sempre foi muito próximo de seus fãs, conversa com eles durante e depois dos shows, testa músicas novas durante as apresentações. Isso deu um suporte para saber para que lado ir nessa fase independente?

 Pedro –
Com certeza. Uma das coisas que mais me frustravam em reunião de marketing de gravadoras era eu chegar com essas informações e elas não serem levadas em conta. Eles diziam “vamos trocar a faixa de trabalho por essa”. Eu respondia: “não aconselho, acho melhor por essa outra, que tem empolgado o público durante os shows”. E eles não concordavam comigo, diziam que as rádios pensavam de outra maneira, que determinada música não era “radiofônica”. Fica muita gente achando e ninguém se encontra. A música nunca foi tão adepta do livre arbítrio como atualmente. As pessoas navegam pela internet e, procurando um artista, acham outro. É preciso respeitar isso.

ÉPOCA - Alguns músicos o acompanham há muito tempo, como o Conrado Goys, o Leandro Matsumoto e o Otávio Moraes. Quais as dores e as delícias dessa relação longa?

 Pedro –
É verdade, muitos músicos da minha banda estão comigo há muito tempo. O Otávio Moraes (coprodutor do CD) eu conheci em 1998. Ele era baterista do projeto “Artistas Reunidos” e, logo no primeiro ensaio, começamos a conversar e descobrimos que tínhamos diversos interesses em comum, como a bateria, instrumentos que nós dois tocamos. Em menos de um ano, eu o convidei para fazer o Voz no ouvido comigo e nos tornamos irmãos. Não consigo me imaginar fazendo algo relacionado à música em que ele não esteja por perto. E não é uma dependência, é uma confiança mesmo. E confiança é algo muito importante na música. Foi o Otávio me que apresentou o Conrado, meu guitarrista, que, apesar de ser muito novo na época, não tinha medo de palco.O Otávio trouxe também o Marcelo Elias, que assumiu a direção musical dos shows. O mais novo da turma é o Tiago Rabelo, que entrou na banda no ano passado. Eu tenho por premissa que um bom músico toca qualquer coisa. Se ficar trocando muito, perde liga.

ÉPOCA – Isso lhe deu tranquilidade para dar uma sonoridade mais pop a esse seu novo álbum?

 Pedro –
Eu procuro não falar muito nisso, gosto que as pessoas tragam suas percepções sobre o disco. O importante é que elas me identifiquem dentro dele, que saibam que é o meu trabalho. O caminho que eu segui é uma fatalidade, uma causalidade do momento, do que venho respirando. Atualmente, tenho escutado John Mayer. Tenho ouvido muito disco novo, Jamie Cullum, que mistura jazz e pop rock. Acredito que a gente tem que fazer o que a música pede. Você para para trabalhar nela e ela dá um caminho. As músicas que escolhi para esse trababalho me levaram a essa cara mais pop. E uma coisa que eu nunca escondi de ninguém é que minha veia pop sempre foi forte. Eu cresci nos anos 80, ouvindo rádio FM. Ouvia de tudo, inclusive coisas ruins. O primeiro disco que eu comprei foi o disco do Kiss, o Lick it up. Meu irmão (João Marcello) me xingou, disse “rock’n rool, você está louco?”. Meu lado pop vem disso, de ouvir de tudo um pouco. O pop não é um tipo de música, é uma mistura de tudo. E nesse disco tem MPB, tem baião.

ÉPOCA – Você escolheu apenas 11 músicas para esse CD...

 Pedro-
Os últimos discos do Mayer, do Cullum, da Adele, todos têm 11 músicas. Percebi que colocar as habituais 14 músicas em um CD é matar um formigueiro com um tiro de bazuca. Demanda tempo, investimento e o resultado pode não ser tão legal na hora de se trabalhar as canções. O disco tem um tempo bom, equilibrado. As músicas conversam entre si, têm uma unidade.

ÉPOCA – As músicas desse trabalho falam muito de amor. Foi uma opção?

 Pedro –
Querendo ou não, a gente é meio chorão, né? O ser humano é totalmente romântico, se emociona com isso. Sinto que as pessoas se identificam muito mais com essa temática do que com qualquer outra. Por isso, é normal que os próprios compositores pensem nisso na hora de pegar o violão e fazer uma canção. Nesse disco tem a música “Simples”, do Jair Oliveira, que não fala especificamente de amor, tem apenas uma citação que fala de uma frustração amorosa como uma passagem não tão simples da vida. São coisas que emocionam a todos. Mas eu não me vejo dentro do estereótipo de um cantor romântico.

ÉPOCA - Mas “Voz no ouvido”, do seu segundo CD, outra bem romântica, lhe deu muita popularidade à época...

 Pedro –
Sem dúvida. Essa também é do Jair e ele fala de amor de uma maneira muito gostosa. O Jair é um poeta, ele não é piegas. Na música “Lado a lado”, que está nesse novo CD, ele escreveu “você me quer forte, sarado/e eu te apareço alimentado”. Já peguei muita gente que fica tentando entender o que isso quer dizer e, para cada um, isso bate de um jeito diferente. Isso que é legal na música do Jair, ela penetra nas pessoas sem ser pobre.

ÉPOCA – Outra parceria que você levou dos palcos para o CD foi a Luiza Possi.

 Pedro –
A Luiza é um ‘figuraça’. Ela é divertida, tem um astral ótimo. Eu poderia ficar falando o dia todo sobre ela. No ano passado, surgiu a oportunidade de fazermos uma parceria em um projeto chamado Música de graça. Cantamos “Sei de mim”, que ela tinha acabado de compor. Decidi que iria gravá-la nesse novo CD e achei que só tinha sentido se ela também participasse da gravação.

Capa do CD do cantor Pedro Mariano (Foto: Divulgação)
ÉPOCA - Você continua gravando suas músicas como se fosse tudo ao vivo, como estivesse no palco?

 Pedro –
90 % desse disco foi feito dessa maneira. Na verdade, quando falo ao vivo não significa que você não possa refazer ou inserir algum instrumento depois. A ideia é mostrar a gente tocando, a interação entre mim e os músicos. Eu não tenho saco de fazer um take meia boca e depois corrigi-lo no computador, deixar tudo hermético. Qual seria meu trabalho aí? De computação? Se eu for cantor e não for afinado, estou na profissão errada.

ÉPOCA - O Rodrigo Costa, responsável pela gravação de algumas das faixas, é seu primo (filho de Rogério Costa, irmão da Elis, e técnico de som da cantora)? Ele seguiu os passos do pai?

 Pedro -
Sim, é meu primo. O Rodrigo até se formou em hotelaria, mas se mudou para Londres e acabou estudando áudio. Ele queria sair um pouco daqui, de qualquer pressão ou cobrança que poderia surgir por ele ser filho do Rogério, que era uma sumidade como engenheiro de som - e se não fosse não teria trabalhado com minha mãe só por ser irmão dela. O Rodrigo, além de trabalhar no disco, também é responsável pelo som nas minhas apresentações. Ele tem um ouvido muito bom, tem dedicação, tem um lado artístico muito aflorado.

ÉPOCA - Não poderia deixar de falar da Elis. Você ficou surpreso com a comoção em torno dos 30 anos da morte dela?

 Pedro –
Não. E falo isso sem nenhuma soberba. Em se tratando de Elis, não me surpreendo com mais nada. Ela é um patrimônio nosso. Fico orgulhoso de ver que o Brasil não se esquece dela. Outras tantas pessoas importantes para o país perdem espaço dentro do inconsciente coletivo, mas a minha mãe não. É um poder dela, mérito dela. Ela vira assunto com uma facilidade tão grande que parece que ela está aí. Aliás, os discos delas são atualíssimos.

ÉPOCA – Você tem alguma participação no projeto “Viva Elis”, encabeçado pelo seu irmão João Marcello e que terá shows da Maria Rita?

 Pedro –
Não. Eu brinco que estou apenas como herdeiro nessa, dando as autorizações. Não tenho nenhuma responsabilidade sobre o projeto. É tudo mérito do João e da Maria Rita. Não estou perto, não sei de detalhes. Estou aguardando como todos os fãs.

ÉPOCA - A Maria Rita declarou estar nervosa por cantar as músicas da Elis. Você já cantou diversas músicas de sua mãe em discos e shows. Tem algum conselho para a Maria Rita?

 Pedro –
Que ela seja verdadeira. Basicamente isso... Tudo o que eu fiz em homenagem a minha mãe não visava a nada que não fosse homenageá-la. Não tinha mais nada na minha cabeça. Fechava os olhos, pensava nela e torcia para que ela estivesse gostando do que eu estava fazendo. Não estava preocupado com o que as pessoas estavam achando, se iria fazer sucesso, se iria vender milhões. Em momento nenhum eu fiz nada para me promover. E Elis é Elis Regina, não precisa de promoção também. O meu nervosismo era justamente o das pessoas não entenderem a homenagem. E outra, meu pai (o pianista César Camargo Mariano) está aí, vivo, e se eu fizesse alguma merda eu teria certeza de que ele seria o primeiro a colocar o dedo na minha cara. Sempre fiz as homenagens para a minha mãe de uma maneira muito leve. Neste começo de ano, programas importantes da TV me chamaram para cantar músicas da minha mãe. Eu poderia fazer, eu estou lançando meu disco, mas não fiz nenhum. Eu tenho o meu jeito de trabalhar a minha imagem e tenho o meu jeito de homenagear a minha mãe. Eu costumo dizer que toda noite eu deito e durmo tranquilo.

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  • Sabrina Sato estava de calcinha afirma estilista

    Sabrina Sato - parece que está sem calcinha, mas ela está ali... /Foto: AG.News
    O Carnaval nem começou, mas vai ser difícil alguma fantasia barrar em polêmica a que Sabrina Sato usou no Baile da Vogue, na sexta-feira (10), no Hotel Unique, em São Paulo. Com enormes fendas laterais, o vestido era feito de couro estampado de cobra misturado a couro verdadeiro do bichinho. “A intenção era de deixar Sabrina uma naja verdadeira”, diz a estilista Lethicia Bronstein.
    O modelo custou cerca de R$ 15 mil e serviu de ponto de partida para a coleção de inverno de Bronstein, que terá peças estampadas de cobra que chegarão comercialmente a metade desse valor.
    Sobre a pergunta que não quer calar — se Sabrina estava ou não de calcinha —, a estilista a defende: “Estava de calcinha sim! Fizemos um modelito bem asa delta, tipo dos anos 80, que foi costurado no vestido para que nossa japa ficasse livre para fazer qualquer movimento”.
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    Nicolas Sarkozy anuncia sua candidatura à reeleição





    Em uma entrevista concedida nesta quarta-feira (15) ao canal privado francês TF1, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou que vai se candidatar à reeleição. Ele também reabriu sua conta no twitter, que em 13 horas já tem quase 60 mil seguidores. Durante a entrevista, Sarkozy explicou os motivos que o levaram a se candidatar. Na página do Le Monde é possível assistir ao vídeo com o anúncio.

    “Se escolhi me candidatar, é porque tenho coisas a dizer aos franceses, tenho propostas a fazer. O presidente tem mais deveres do que direitos. Isso é algo que foi imposto aos meus predecessores e foi imposto a mim mesmo. Devo continuar exercendo minhas responsabilidades até o último minuto de meu mandato.”

    Nas pesquisas eleitorais, Sarkozy está atrás do candidato socialista François Hollande. Algumas pesquisas mostram que a diferença pode chegar a 20 pontos percentuais. No final de janeiro, Sarkozy anunciou um aumento de 1,6 ponto na taxa de Imposto sobre Valor Agregado (para 21,2%) e a criação de um banco estatal cujo objetivo é fomentar a indústria nacional.
    O atual presidente tem pouco tempo para tentar reverter a situação, pois o primeiro turno das eleições presidenciais na França está marcado para o dia 22 de abril.

    Foto: Lionel Bonaventure/AP
    André Sollitto


    The New York Times destaca a invasão dos brasileiros na semana de moda de Nova York

     


    Cacá de Soiuza, Virginia Smith e Meredith Melling Burke - na fila A dos desfiles de NY /Foto: reprodução

    O site do The New York Times comentou hoje (15) a maciça presença de brasileiros — dentro e fora das passarelas — na semana de moda de Nova York. Carlos Miele desfilou na segunda-feira (13), e Alexandre Herchcovitch mostrou sua coleção ontem (14). O mineiro Francisco Costa, diretor criativo da Calvin Klein Collection, também foi lembrado. A publicação elogiou ainda duas modelos coisa nossa: Laís Ribeiro e Daiane Conterato. No quesito badalação, o site do NYT também nos deu destaque: os brazucas Lorenzo Martone e Cacá de Souza botaram para quebrar, sentando nas primeiras filas dos desfiles mais badalados, sempre rodeados de amigos influentes como Susan Plagemann, editora da revista Vogue americana.


    Carlos Miele e os irmãos Sean e Anthony de Souza - os meninos colocaram o som do desfile de


    Miele /Foto: reprodução


    Lorenzo Martone e Susan Plagemann - o brasileiro, ex-namorado de Marc Jacobs, e a editora da Vogue americana /Foto: Reprodução

    Fernanda Motta entrevistará Sharon Stone para o programa de Galisteu


    Fernanda Motta e Sharon Stone - modelo entrevistará a americana na Bahia /Foto: reprodução

    Já foi batido o martelo sobre quem entrevistará Sharon Stone no Carnaval de Salvador. A tarefa caberá a Fernanda Motta, modelo que apresentava o Brazil’s Next Top Model. Ela foi recrutada por Adriane Galisteu para encontrar a atriz americana e fazer as perguntas — previamente aprovadas — para a cobertura televisiva da Band em seu programa vespertino, o Muito +. Fernanda, que vem sendo assediada pela emissora, está prestes a assinar um contrato longo.

     

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