segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Nota Revista VEJA


Rio de Janeiro

Beija-Flor faz uma apresentação impecável sobre São Luís

Luxuosa, escola de Nilópolis ainda homenageou carnavalesco Joãosinho Trinta

Andréa Dutra




A Beija-Flor passou pela avenida com muita gente, muito luxo, fantasias misturadas, super alas, cenas paralelas. Uma riqueza que certamente não foi valorizada pela transmissão de TV e que merecia mais tempo e mais detalhamento de imagens para que o espectador pudesse apreciar as diversas camadas de informação que a escola ofereceu.
Em alguns momentos, a Beija-Flor parece um pouco pesada, excessiva, com elementos demais. Mas não há como negar que a escola vem com a mesma sede de campeonato de sempre, e que o favoritismo da Beija-Flor se antecipa ao desfile, criando quase uma categoria hours-concours.
Leia também: Beija-Flor investe em luxo e em grandes alegorias
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/beija-flor-faz-uma-apresentacao-impecavel-sobre-sao-luis

A atual campeã do carnaval carioca repetiu a fórmula de luxo e grandes alegorias para tentar manter o título em 2012. O enredo “São Luiz: o poema encantado do Maranhão” homenageou também o mais ilustre maranhense que já pisou na quadra da azul e branco de Nilópolis: Joãozinho Trinta, campeoníssimo carnavalesco pela escola, morto em dezembro de 2011. O desfile, o mais esperado da noite, foi marcado pela emoção.
“Toda homenagem a ele é pouca”, disse o intérprete do samba da escola, Neguinho da Beija-Flor. “Homenagear Joãozinho é uma obrigação da Beija-Flor, de todas as escolas, por tudo o que ele fez pelo Carnaval brasileiro.”
A agremiação trouxe para a avenida uma réplica de um carro alegórico idealizado por Joãozinho Trinta em 1989, com o Cristo Redentor Mendigo, censurado pela Justiça. Na época, a escultura foi coberta e trouxe a faixa: “Mesmo coberto olhai por nós.” Neste ano, o Cristo Redentor foi substituído por Joãozinho Trinta com os braços abertos e a faixa: “Valeu João, valeu!”
Conterrânea de Joãozinho Trinta, a cantora Alcione, uma ilustre mangueirense, desfilou pelo segundo ano consecutivo na escola coirmã. “A Mangueira é minha paixão, mas desde que eu vi a Beija-Flor pela primeira vez a respeitei pela garra, pela força e pela organização”, disse. Alcione veio no sexto carro, o da Música, acoplado ao da Literatura.
Para a cantora, a morte de Joãozinho foi “um golpe duro demais”. “Mas ele está aqui. Ele jamais sairá da memória dos cariocas, dos maranhenses e dos brasileiros.” Questionado sobre para qual escola estava torcendo, ela respondeu: “Isso é maldade com a cantora. Não posso responder essa pergunta”, disse, com as unhas das mãos pintadas de verde e rosa. “Mas o anel é azul”, advertiu Alcione.
Anderson Borde / AgNews
A cantora Alcione, que desfilou pela Beija-Flor para homenagear Joãozinho Trinta e o Maranhão
A cantora Alcione, que desfilou pela Beija-Flor para homenagear Joãozinho Trinta e o Maranhão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu cometário. Obrigado