terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mais Você


Uma nova era: Mais Você mostra o efeito das UPPs nas comunidades


Novos tempos na Rocinha. O Mais Você desta terça, 15 de novembro, mostrou como estão vivendo os moradores da comunidade em São Conrado que foi pacificada no último domingo. Na oportunidade, o repórter Felipe Suhre conversou com as pessoas que moram próximo ao local. Ele comprovou que a primeira noite após a ocupação da UPP foi bem tranquila. “O primeiro dia de uma nova era”, ressaltou Ana Maria Braga.

Além da Rocinha, a Unidade de Polícia Pacificadora já chegou em 18 favelas. A ocupação do território é apenas um dos objetivos do projeto de pacificação. Junto com a unidade, a comunidade recebe serviços básicos oficiais, como luz, água e limpeza, legalização dos negócios e casas, além da possibilidade de ver naquele espaço da cidade, a preocupação com a qualidade de vida de seus moradores.

Mais Você mostra imagens da ocupação da Rocinha

Mais de três mil e quinhentos policiais trabalham nesse projeto que hoje ocupa 18 das comunidades da cidade que antes eram dominadas pelo tráfico ou pela milícia: O primeiro lugar ocupado foi o morro Santa Marta, em Botafogo na Zona Sul. Em cada comunidade, a ocupação aconteceu de uma forma. “Basicamente, as força policiais ocupam o morro e depois há um período onde os criminosos, armas e drogas são procuradas. Só depois há a instalação da unidade com os policiais”, explicou Ana Maria Braga.

Mais Você visita comunidades pacificadas

Em Botafogo, onde fica a UPP do morro Santa Marta, a primeira a ser instalada em 2008, houve uma das maiores quedas nos índices de criminalidade. Em um levantamento de fevereiro 2010, por exemplo, foram registradas quedas de 71,4% nos roubos a residências e de 46,1% nos de veículos, os principais crimes da região.

O repórter Felipe Suhre esteve na comunidade para ver como vivem os moradores quase três anos depois da instalação da UPP. “Antes da UPP era complicado. confrontos constantes com marginais que dominavam a comunidade. toda semana nós realizávamos operações, troca de tiros, era bem complicado”, disse capitão Rodrigo Andrade.

Do outro lado da cidade, em São Cristóvão na Zona Norte, os moradores da Mangueira também estão se adaptando à nova realidade. A comunidade foi a última a receber a UPP. O Felipe Suhre também foi até lá. “Antes da ocupação eles já tinham feito varias incursões, e hoje ela veio pra ficar a UPP, então, isso surpreendeu os moradores. hoje a comunidade precisa mais da parte educacional, dos adolescentes, das crianças, que isso que a mangueira sempre procurou pra comunidade”, declarou Paulista, que mora na comunidade há 13 anos.
Mais Você mostra imagens exclusivas da ocupação na Rocinha
O Mais Você desta segunda-feira, 14 de novembro, falou sobre um momento histórico no Rio de Janeiro e no Brasil: a ocupação da comunidade pelas forças policiais. “A gente começa mostrando imagens que impressionam, pelo silêncio quebrado apenas pelo ruído dos tanques e helicópteros”, comentou Ana Maria Braga.

Para explicar o que vai acontecer nos próximos dias na Rocinha, Ana Maria Braga conversou com o comentarista Rodrigo Pimentel. “A consolidação da política da UPP. Os cariocas se perguntavam se ela veio pra ficar, se não vai acabar, mas não, ela está consolidada. A polícia veio pra ficar, pertence à sociedade carioca. E as pessoas já recebem a policia de uma forma diferente”, analisou.


Ana Maria Braga questionou como acontecerá a operação varredura e o que pode ser esperado como resultado. “A expectativa da polícia é encontrar o laboratório da Rocinha, porque a Rocinha refinada cocaína e é uma coisa exclusiva no Rio de Janeiro, porque dificilmente uma favela refina droga. A polícia nos próximos dias vai capturar o segundo escalão dos traficantes”, prometeu Rodrigo Pimentel.

O chefe do tráfico da Rocinha, o Nem, é preso no Rio de JaneiroA operação choque de paz começou por volta das quatro e meia da manhã e às 5h50 o BOPE, Batalhão de Operações Especiais da Polícia divulgou que já ocupava toda a comunidade. Nenhum tiro foi disparado. Um dos momentos mais importantes da ocupação foi o hasteamento das bandeiras do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. A população acompanhou tudo de perto.


Foram apreendidos:
• 20 pistolas
• 15 fuzis
• 1 submetralhadora
• 2 espingardas
• 20 rojões
• 3 granadas
• 16.066 balas para armas de calibres diversos
• 7 lunetas
• 102 carregadores de fuzil; 56 carregadores para outras armas
• 112 kg de maconha, 80 tabletes de maconha
• 60 kg de pasta base de cocaína
• 145 trouxinhas de maconha
• 14 tabletes de cocaína
• 75 motos e uma picape Toyota Hilux


Foram encontrados e apreendidos também: 17 máquinas caça-níqueis, 1 pistola desmontada, 1 réplica de pistola, 1 notebook, 1 iPod, 1 câmera digital, 61 bombas artesanais, 2 rádios transmissores, 1 barraca de camping, 1 capa de colete, 1 farda do Exército, 1 camisa da Polícia Civil e material hospitalar.

A apresentadora conversou com o produtor de vídeo Arley Macedo, que mora na Rocinha há 13 anos e com a jornalista Tatiana Lima. Eles trabalham na TV Tagarela, a TV Comunitária do lugar, e cederam ao programa, imagens exclusivas do momento da ocupação da polícia. “Não tem como separar, como todo morador, a gente ficou apreensivo, preocupado, não sabíamos muito bem o que ia acontecer. Tem relatos de amigos do Complexo do Alemão que nos deixaram preocupados. Nós somos uma TV Comunitária de rua, mostramos no telão o nosso conteúdo”, explicou Arley.

A primeira noite livre do domínio de traficantes foi tranquila na Rocinha. “Está mais tranquilo e tenho mais segurança porque o BOPE está aqui”, disse um morador. Direto do local nesta manhã, a repórter Silvana Ramiro, revelou que os moradores com quem ela conversou disseram que o clima está diferente. “Eles falam que agora podem viver em paz, sem traficantes ostentando armas”, falou.

Neste momento, 200 policiais militares ocupam a área e segundo a repórter, a polícia continua o trabalho de varredura nas casas e na mata. “A todo o momento eles circulam por ai. A mata no entorno é muito grande e a policia acredita que ainda haja acampamentos de bandidos, armas e drogas escondidas. Os policiais que fazem estas operações são proibidos de usar mochilas com o objetivo de prevenir quanto a saques nas casas dos moradores”, informou.

O local, hoje conhecido como bairro da rocinha, começou a ser ocupado por volta dos anos 30, ganhou impulso depois da segunda guerra, no final dos anos 40, com a vinda de imigrantes de Portugal, Itália, França. Eles chegaram ao local para trabalhar na agricultura, daí o nome rocinha. Hoje é uma comunidade espalhada por 865 mil metros quadrados, o equivalente a 80 campos de futebol.

Além da Rocinha, a Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP, já chegou em 18 favelas. A ocupação do território é apenas um dos objetivos do projeto de pacificação. Junto com a unidade, vêm a chance de ter serviços básicos oficiais, como luz, água e limpeza, legalizar seus negócios e suas casas, além da possibilidade de ver naquele espaço da cidade, a preocupação com a qualidade de vida de seus moradores.

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