terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Notícias G1

Veja dicas sobre como responder às perguntas de entrevistas de emprego

G1 listou questões comuns nas seleções e pediu dicas a especialistas.
Recomendações são falar verdade e citar situações vividas nas respostas.

Marta CavalliniDo G1, em São Paulo
A entrevista é a etapa decisiva para quem está procurando emprego. Por isso, é a mais temida dos candidatos. De acordo com especialistas, não há respostas prontas para as perguntas, pois vai depender do que a empresa busca no profissional, e isso inclui características não apenas técnicas, mas principalmente comportamentais. Há quatro meses procurando emprego, o analista de marketing Leonardo Marchetti já passou por seis entrevistas desde outubro do ano passado. Marchetti acha que muitas perguntas são subjetivas e causam dúvidas na hora de responder.

“Algumas como ‘Qual a posição você acha que mais adequada ao seu perfil, ‘Quais são seus pontos fortes e onde você enxerga chances de desenvolvimento’ e a clássica ‘O que você almeja para os próximos cinco anos’ eu não sei se respondo falando de mim, de coisas mais técnicas do trabalho ou de tudo junto”.

Leonardo Marchetti (Foto: Arquivo pessoal)
O analista de marketing Leonardo Marchetti passa boa parte do dia se cadastrando em sites de empregos (Foto: Arquivo pessoal)
O analista de marketing ficou cinco meses na Austrália fazendo intercâmbio, e ele conta que em todas as entrevistas teve de dizer por que estava há tanto tempo sem emprego. De acordo com ele, além das perguntas técnicas sobre a experiência, outras perguntas se repetem em todas as entrevistas como "O que você pretende trazer para a empresa se for contratado" ou "Onde você se vê daqui a cinco anos". “Você não conhece a empresa por dentro ainda, não sabe se o que está falando pode ser um absurdo. As coisas acontecem tão rápido e tão de repente que cinco anos é um tempo longínquo. Acredito que são perguntas desatualizadas que não provam muito a capacidade do candidato para a vaga”, diz.
Para Marchetti, muitas questões tentam desvendar a personalidade de um modo forçado. “Acredito que muita gente vai a entrevistas com respostas já pensadas, para falar aquilo que o recrutador está querendo escutar, e isso tira a chance de muitos que são até mais capazes na função, mas não têm esse jogo de cintura para respostas prontas.”

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Veja no vídeo ao lado dicas em reportagem do Jornal Hoje sobre comportamento na entrevista).

Rudney Pereira Junior, gerente de projetos do Grupo Foco, acha que a entrevista ideal é aquela que pede para o candidato dar exemplos de como se comporta em certas situações. “Eu vou conseguir saber os pontos fortes e fracos através das perguntas sobre comportamento”, afirma.
Pereira Junior diz que não dá para escapar de clichês como criativo, dinâmico, ansioso, flexível nas respostas para perguntas que pedem para o candidato falar dele mesmo. Mas ele alerta que se optar por algumas dessas palavras, é recomendado citar uma situação em que uma dessas características predominou. “Até quando for falar que é ansioso cita o exemplo, isso pode ser visto como qualidade”, diz.
“Ao responder questões como "Onde você se vê em cinco anos ou dez anos", não pode dizer que quer ser dono de uma empresa. Por que a empresa vai contratar alguém que não quer ficar no emprego? Nem que quer ficar no mesmo lugar porque dá a ideia de ser estagnado”.
Sobre o motivo da saída do emprego anterior, Pereira Junior diz que não é preciso mentir, pode até falar de problema de relacionamento com o chefe, mas sem se aprofundar. E sobre o motivo de querer sair da empresa atual? “Pode dizer que não está mais aprendendo na função, que quer assumir mais responsabilidades e ter mais oportunidades de crescer”.
E se o recrutador perguntar o porquê de ter ficado muito tempo sem emprego, Pereira recomenda sinceridade na resposta. “Pode dizer que estudou, que viajou, que cuidou da empresa da família e que passou por algumas seleções que não deram certo”.
O gerente de projetos diz que o entrevistado tem o direito de perguntar se tiver dúvida. “Pode questionar, por exemplo, se o recrutador quer que ele aborde o aspecto pessoal ou profissional na resposta”, diz.
O G1 reuniu algumas perguntas que são comuns em entrevistas de emprego e pediu para o coach Roberto Recinella, para a gerente da área de expertise sales & marketing da Hays, Amanda Oliveira, e para Renato Grinberg, diretor-geral da Trabalhando.com, darem orientações sobre as respostas. Veja abaixo.

QUAIS SÃO OS SEUS PONTOS FORTES?
Roberto Recinella: Fale a verdade e tenha exemplos de situações em que pôde usá-los. Lembre-se de que cada função exige um ponto forte, então se você está se candidatando ao posto de auxiliar de escritório, liderança não é um diferencial, já disciplina, sim. Não aja como “papagaio de pirata” tentando dizer o que o entrevistador quer ouvir.

Danielle Mendonça: Foque sua resposta em características profissionais e evite cair em clichês como liderança e trabalho em equipe. Diga sempre a verdade e cite como projetos realizados e situações para expor as características. Se você citar como ponto forte a capacidade de tomar decisões rápidas, conte alguma situação em que tinha um grave problema e que, com poucas informações e pouco tempo (sempre definindo e detalhando qual eram essas informações e tempo), você tomou determinada decisão. Importante contar como foi esse processo de tomada de decisão e os resultados.

Renato Grinberg: Seja objetivo e fale o que realmente acredita que você tem como qualidade. Alongar-se demais pode demonstrar um excesso de autoestima ou prepotência.
QUAIS SÃO OS SEUS PONTOS FRACOS?
Roberto Recinella: Diga a verdade e exemplifique reforçando quais ações que você está tomando para melhorar os pontos fracos. Por exemplo: não domino inglês, mas estou fazendo um curso X ou não sou formada, mas já estou cursando a faculdade Y, estou me aperfeiçoando na área de vendas fazendo um curso em gestão comercial.

Danielle Mendonça: Os exemplos devem ser sobre ações que têm sido feitas para melhorar os pontos fracos. Se citar como ponto fraco ser impaciente, conte uma situação em que isso ocorreu, os impactos negativos que foram causados, o que fez você tomar consciência dessa fragilidade e o que está fazendo para melhorar.

Renato Grinberg: Nesse caso, seja direto e sucinto – tudo que disser pode contar pontos negativos, mas não adianta esconder uma deficiência que mais cedo ou mais tarde aparecerá.
QUAL É O SEU MAIOR DEFEITO?
Roberto Recinella: Perfeccionista ou muito sincero não são defeitos. Já dificuldade em trabalhar em equipe, inflexibilidade, mau humor são defeitos. Todos têm defeitos, ter ciência de quais são e como lidamos com eles é o que faz a diferença.

Danielle Mendonça: Os exemplos a serem dados devem ser sobre ações que têm sido feitas para melhorar os defeitos.
Renato Grinberg: Clichês como “muito organizado ou perfeccionista” não pegam bem. Diga coisas que você acredita que tenha como defeitos, mas que não o atrapalhariam na contratação como ser ansioso, por exemplo.
FALE UM POUCO DE VOCÊ.
Roberto Recinella: Fale da sua experiência de vida, viagens, empregos e projetos anteriores. Caso tenha se destacado em alguma área fora da profissional, por exemplo, musical ou esportiva, pode citar.

Danielle Mendonça: Conte sua experiência de maneira resumida. Aqui é importante achar um ponto de equilíbrio entre ser prolixo e superficial. Descreva suas funções, responsabilidades, projetos realizados, resultados obtidos, desafios e os porquês das mudanças. Não é necessário voltar até a época de faculdade, a não ser que seja questionado, que seja uma entrevista para o primeiro emprego ou um curso muito diferente de sua profissão.

Renato Grinberg: Seja generalista, não se aprofunde ou fale demais sobre você mesmo. Diga coisas leves e sempre positivas, mas seja sucinto.
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI CINCO ANOS? E DAQUI DEZ ANOS?
Roberto Recinella: Resista a responder “em seu lugar ou CEO da empresa”. Prefira ser genérico, dizendo que espera ser uma pessoa feliz que enfrentou diversos desafios, fez diversos cursos, aprimorou sua formação e que através de suas competências e comprometimento conseguiu contribuir com os objetivos da empresa.

Danielle Mendonça: Seja realista e sincero, entenda a estrutura da empresa antes de dizer algo. Por exemplo: não é possível querer ser diretor em uma companhia que não possui o cargo. Faça uma autoavaliação e analise se suas pretensões são viáveis. Pode tanto falar de planos pessoais como profissionais, desde que sejam coerentes entre si. Por exemplo, não fale que quer crescer rápido profissionalmente, mas também ter qualidade de vida.

Renato Grinberg: Fale de possibilidades concretas em relação ao seu trabalho. Foque em o que você quer estar fazendo e não no tipo de cargo.
POR QUE VOCÊ QUER DEIXAR SUA EMPRESA ATUAL?
Roberto Recinella: Diga que deseja mudar de ramo porque não está satisfeito naquele em que está atuando ou que está à procura de novas oportunidades de crescimento, por exemplo. Nunca cite salário nem insatisfação com a chefia.

Danielle Mendonça: Tome cuidado para não expor pessoas e situações sem necessidade. Isso demonstra imaturidade. Foque mais na sua carreira, nos seus objetivos e como esse novo desafio pode ajudar a alcançá-los.

Renato Grinberg: Nunca fale mal das pessoas com quem trabalha ou do chefe. Isso pega mal. Se esse for o caso, diga que não está satisfeito com o ambiente do local em que está trabalhando e dê algum exemplo.
POR QUE VOCÊ SAIU DA EMPRESA?
Roberto Recinella: Fale que está em busca de novos desafios e que quer mudar de ramo de atuação.

Danielle Mendonça: Seja sempre coerente e analise sempre os dois lados da história: o seu e o da empresa que você deixou. O mais indicado é sempre focar nos seus objetivos de carreira, as mudanças devem estar alinhadas com eles.

Renato Grinberg: Tudo vai depender do motivo real da mudança e lembre-se, que se mentir, na hora de pedir referências suas, o entrevistador vai descobrir a verdade, mas não fale mal da empresa. Procure o melhor ângulo do que realmente aconteceu.
FALE DO SEU EMPREGO ANTERIOR.
Roberto Recinella: Fale de suas conquistas, dos bons momentos, dos desafios que enfrentaram juntos, dos bons colegas, tentando sempre exemplificar as conquistas com fatos e histórias.

Danielle Mendonça: Explique suas funções, responsabilidades, projetos realizados, resultados obtidos e desafios.

Renato Grinberg: Não aproveite esse momento para desabafar. Falar que estava acumulando funções, que estava cansado de tantas atribuições, etc. Não fale mal da empresa ou do ex-chefe, foque nos pontos positivos da sua última experiência.
POR QUE HOUVE UMA LACUNA NO SEU EMPREGO ENTRE ESSE PERÍODO?
Roberto Recinella: Pode dizer que estava se aperfeiçoando, que precisou da pausa para criar seu filho, que cuidou de um familiar que estava doente, por exemplo, desde que as opções sejam verdade. Caso não, diga que está retornando ao mercado depois de um período de reflexão sobre o rumo que deveria dar à sua carreira ou que ainda não tinha encontrado o cargo que almejava compatível com suas competências.

Danielle Mendonça: Seja sincero, explique por que ficou fora do mercado por um tempo ou as dificuldades de se recolocar. Se ficou sem trabalhar para fazer cursos na área ou fora da área de atuação ou para viajar para outros países, pode dizer, pois muitas vezes esse tipo de atitude demonstra coragem e vontade de aprender e inovar. Deixe claro como tomou essa decisão e que isso fazia parte de um plano de carreira. Por exemplo, se deixou o emprego para viajar por um ano, importante dizer que tipo de conhecimento e experiência buscava e como isso poderia ser benéfico para sua carreira.

Renato Grinberg: Mesmo que por um motivo ou outro não foi possível conseguir trabalho nesse período, seja sincero, mas mostre que você usou esse tempo de uma maneira produtiva. Fez cursos, investiu em autoconhecimento, etc.
O QUE VOCÊ PODE OFERECER QUE OUTRO CANDIDATO NÃO PODE?
Roberto Recinella: Diga que não pode responder adequadamente, já que não conhece os demais candidatos, além disso, uma competência valorizada no mercado é justamente o trabalho em equipe. Você pode falar sobre as suas competências, mas nunca da falta delas nas outras pessoas.

Danielle Mendonça: Analise bem os pré-requisitos da posição e faça uma relação com seus pontos fortes, principalmente aqueles que já foram reconhecidos por gestores anteriores. Se você sabe que a posição busca alguém para gerenciar um grande projeto de reestruturação, conte uma experiência em que já liderou um projeto parecido, ou equipes em transformação, ou como fez parte de uma empresa que estava passando por uma grande mudança. Explique como foi essa experiência e quais ações suas agregaram positivamente.

Renato Grinberg: Essa pergunta tem a ver com autoconhecimento e conhecimento do cargo e empresa. Busque o que você tem de melhor para oferecer que seja relevante para aquele cargo/empresa.
CITE TRÊS COISAS QUE SEU EX-GERENTE QUERIA QUE VOCÊ MELHORASSE.
Roberto Recinella: Pode dizer algo do tipo: "O meu ex-gerente eu não sei, mas eu acho que devo melhorar..." Isso demonstra autoconhecimento e proatividade. Seja honesto e demonstre o que você está fazendo para melhorar as coisas citadas.

Danielle Mendonça: Diga a verdade, mas traga também exemplos de atitudes recentes para melhorar.

Renato Grinberg: Seja coerente com o que você acha que tem que melhorar, mas que obviamente não eliminariam você daquela função. Por exemplo, se a função é analista financeiro e você disser que tem dificuldades com números, não será contratado.
Qual seu objetivo na empresa?
Roberto Recinella: Pode dizer que pretende se empenhar ao máximo, superar desafios e auxiliar a empresa a atingir os resultados desejados e, se for reconhecido, crescer conforme as oportunidades oferecidas.

Danielle Mendonça: Se seu objetivo é crescer profissionalmente, mencione como você imagina que essa posição pode lhe proporcionar conhecimento, exposição, desafios e, assim, alavancar seu crescimento.

Renato Grinberg: Fale que quer contribuir para o crescimento da empresa, sempre trabalhando em equipe e também aprender novas coisas, se desenvolver e evoluir profissionalmente.

POR QUE A NOSSA EMPRESA DEVE TE CONTRATAR?
Roberto Recinella: Não fale que precisa aprender uma nova função, pois a empresa não é uma instituição de caridade ou uma escola. O melhor caminho é falar sobre seu comprometimento e citar situações em que você fez a diferença em cargos anteriores , os aprendizados e como deseja aplicá-los na empresa.

Renato Grinberg: Diga que está apto a atender às demandas e expectativas da empresa e dê alguns exemplos do que você acha que são essas expectativas.

QUAL O TIPO DE POSIÇÃO VOCÊ ACREDITA SER MAIS ADEQUADA AO SEU PERFIL?
Roberto Recinella: Diga que pode ser qualquer posição que possa fazer a diferença utilizando as competências da melhor forma. Cite resumidamente essas competências e em quais áreas elas seriam melhor utilizadas, como vendas, marketing , logística, administrativo, controladoria, etc. Aproveite a chance para recapitular e reforçar algumas de suas contribuições em empresas anteriores.

Renato Grinberg: Fale sobre liderança e motivação, mas não se esqueça de manter os pés no chão, tenha noção de quais as funções você pode desempenhar de acordo com sua experiência profissional.
O QUE VOCÊ ALMEJA NA SUA CARREIRA PROFISSIONAL?
Roberto Recinella: Diga algo na linha: ser um profissional reconhecido pelas minhas habilidades em gerar resultados sem que para isso eu precise desrespeitar normas e pessoas, além disso, ser capaz de reconhecer novas oportunidades que apareçam em minha trajetória profissional.

Danielle Mendonça
: Mencione aspectos de aprendizado profissional como conhecimentos específicos, participação em algum projeto, gerenciamento de equipe pela primeira vez; e de aprendizado pessoal, como lidar com pessoas diferentes de você, vencer grandes desafios, etc.

Renato Grinberg
: Pode dizer que quer se desenvolver profissionalmente e alcançar cargos cada vez mais relevantes na empresa, ou seja, ser capaz de cada vez mais agregar valor à sua função.
QUE TIPOS DE FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES VOCÊ APRECIA NO TRABALHO?
Roberto Recinella: Sugiro algo como aquelas que me desafiem, mesmo sabendo que muitas vezes terei que realizar muitas tarefas entediantes e rotineiras que são igualmente importantes para o sucesso do meu trabalho, mas algumas tarefas me encantam como finanças, vendas , logística, etc.

Renato Grinberg: Seja sincero e diga o que mais aprecia profissionalmente, mas sempre prestando atenção no perfil da vaga à qual você está concorrendo. Nunca diga: odeio falar ao telefone para uma vaga de vendas, por exemplo.
QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS DO SEU TRABALHO QUE VOCÊ CONSIDERA MAIS IMPORTANTES?
Roberto Recinella: Trabalho em equipe, a soma do trabalho de todos que faz a empresa ser bem-sucedida e alcançar seus objetivos. Ter humildade de reconhecer quando preciso de ajuda para realizar uma tarefa e assim aprender como realizá-la. Proatividade para apresentar soluções e melhorar procedimentos e resultados.

Renato Grinberg
: Fale o que realmente você acha que é relevante para aquela função.

QUAL É A COISA MAIS IMPORTANTE QUE VOCÊ APRENDEU NOS ÚLTIMOS ANOS?
Roberto Recinella: Pode dizer que não sabe tudo ou nem sempre tem razão, que existem muitas pessoas que possuem habilidades e conhecimentos diferentes dos seus, proporcionando a oportunidade de aprendizado e desenvolvimento pessoal e profissional. Pode dizer ainda que a entrevista, independente de você ser selecionado ou não, já está proporcionando um aprendizado.

Danielle Mendonça
: Busque algum exemplo de aprendizado que seja um pré-requisito para essa posição e que possa ser utilizado pelo gestor. Exemplo: se um dos pré-requisitos é gestão de equipe, conte algum desafio que teve com sua equipe anterior.

Renato Grinberg: Fale sobre coisas profissionais que você realmente tenha aprendido e que sejam importantes para a nova função que você deseja assumir.
COMENTE UMA SITUAÇÃO EM QUE VOCÊ BUSCOU UMA NOVA RESPONSABILIDADE QUE DESAFIADA SUAS HABILIDADES.
Roberto Recinella: Sempre é aconselhável que antes de qualquer entrevista você revise seu arquivo mental de histórias e experiências profissionais, tanto as bem como as mal sucedidas. Nessa hora você deve acessá-las e comentar o acontecimento com objetividade, através da exposição de fatos e não de sentimentos.

Danielle Mendonça
: Busque algum exemplo de aprendizado que seja um pré-requisito para essa posição. Se você sabe que um dos pré-requisitos é gestão de equipe, e citou que um dos seus pontos fracos é impaciência, conte como alguém da sua equipe anterior o ajudou a melhorar essa característica.

Renato Grinberg
: Comente algo que tenha realmente acontecido, não minta, sempre explorando seus pontos fortes.
COMENTE UMA OCASIÃO NA QUAL VOCÊ TROUXE UMA NOVA E CRIATIVA IDEIA QUE IMPACTAVA A PERFORMANCE DE SUA EQUIPE.
Roberto Recinella: Se isso aconteceu mesmo, conte com detalhes de fatos, caso não tenha nada para dizer, não se preocupe, isso é o que geralmente acontece. Responda honestamente que você ainda não teve essa ocasião, mas isso não impede que ocorra a qualquer momento. Apenas não minta ou discorra sobre uma ideia esdrúxula ou comum só para poder responder.

Danielle Mendonça
: Se você sabe que um dos pré-requisitos é liderar um projeto de mudança ou reestruturação, conte exemplos em que, de forma diferente de tudo o que já havia sido feito, motivou e treinou sua equipe, e que assim eles se tornaram agentes de mudança na empresa, influenciando outras áreas.
VOCÊ SE SENTE PRONTO PARA MUDAR DE UMA FUNÇÃO PARA OUTRA?
Roberto Recinella: Se responder que sim, diga que desde que seja um desafio e contribua para a carreira e com isso possa contribuir com a empresa em sua estratégia de crescimento. Mas fale isso só se realmente pensar assim.

Danielle Mendonça: Foque sua resposta em 3 pontos: experiências prévias com exemplos de sucesso que o qualifica para a função, desejo de aprendizado e desenvolvimento nos pré- requisitos que você não possui e alinhamento entre essa função e seus objetivos profissionais.

Renato Grinberg: Diga que sim, e forneça um exemplo de flexibilidade. Por exemplo, um projeto que você realizou ou contribuiu e que teoricamente não era sua função na empresa.

VOCÊ SE SENTE PRONTO PARA MUDAR DE PAÍS OU ESTADO?
Roberto Recinella: Pode dizer que depende do estado, do país e das condições para a família quanto ao acesso e qualidade dos serviços de educação e saúde. Mas não deixe claro que não pode tomar nenhuma decisão sem antes falar com a sua família. O fato de você estar interessado em uma empresa ou determinado cargo não significa que deva “vender a alma” para conquistá-lo. Ouça seu coração. Mudanças devem ser pensadas e planejadas.

Danielle Mendonça: Não faz sentido buscar posições globais ou que tenham muito contato com outros países se o profissional não tem disponibilidade para viagens.

Renato Grinberg: Só responda positivamente se for verdade e se isso fizer sentido para você. Falar que sim e depois voltar atrás é um tiro no pé.
NO QUE OS CANDIDATOS DEVEM PENSAR ANTES DE DAR AS RESPOSTAS? SEMPRE NO LADO PESSOAL, PROFISSIONAL OU NOS DOIS?
Roberto Recinella: Nos dois. O candidato deve aliar sua trajetória profissional com a sua qualidade de vida. É um ser humano que tem vida pessoal e profissional e por isso deve responder pensando em sua experiência de vida como um todo.

Danielle Mendonça:
Ambos. O importante é manter a coerência, tanto o lado profissional quanto o pessoal devem estar alinhados.

Renato Grinberg: Trata-se de uma entrevista de emprego, portanto, as respostas devem ser profissionais, não pessoais.

Cerimônia no Rio lembrará militares mortos em base na Antártica

Corpos de suboficial e primeiro-sargento chegam ao Galeão esta manhã.
Vice-presidente Michel Temer participará de homenagem póstuma no Rio.

Do Bom Dia Rio


A Marinha faz nesta terça-feira (28), no Rio, uma cerimônia de homenagens póstumas aos dois militares que morreram na tentativa de controlar as chamas na Estação Comandante Ferraz, na Antártica.
Os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos chegam à Base Aérea do Galeão esta manhã, vindos do Chile.
A cerimônia deve começar às 9h, com a presença do vice-presidente Michel Temer.
Os peritos que vão investigar as causas do incêndio que destruiu a base de pesquisas científicas da Marinha brasileira já estão na Antártica.

O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi para a base chilena Eduardo Frei resgatar o corpos dos dois militares que morreram na estação brasileira na Antártica levou o embaixador brasileiro no Chilex, integrantes da diplomacia e militares. Todo mundo divide espaço com suprimentos, caixas, roupas, equipamentos de comunicação e comida para os 12 militares que estavam na estação na hora do incêndio e que foram levados para a base chilena.
O capitão Fernando Coimbra, chefe da estação brasileira na Antártica, diz que não houve explosão antes do incêndio. Ele contou que o suboficial Carlos Figueiredo e o primeiro sargento Roberto dos Santos, que morreram no incêndio, tentavam fechar a válvula do reservatório de etanol para evitar que o fogo se espalhasse pela mangueira e chegasse ao tanque, que ficava atrás do gerador.
Segundo o capitão, a equipe tentou usar água do mar para controlar o incêndio, mas a água congelou na mangueira.
Os corpos dos dois foram encontrados a dez metros do compartimento dos geradores a óleo, onde o fogo teria começado. “Mais do que perda material, mais do que da nossa casa durante um ano é a perda dos nossos amigos”, afirmou o chefe da estação antártica brasileira, Fernando Coimbra.
Quarenta e cinco militares e pesquisadores, que estavam na base brasileira na Antártica, chegaram ao Brasil na madrugada de segunda-feira (27). A maior parte do grupo desembarcou na Base Aérea do Galeão. Cansados e abalados com o acidente, traziam apenas as roupas do corpo. Contaram que o fogo se espalhou rapidamente e não puderam salvar objetos pessoais.
Entre os que chegaram estava o primeiro sargento Luciano Gomes Medeiros, que sofreu queimaduras nas mãos. Ao sair do avião, ele foi colocado numa cadeira de rodas e levado para o hospital da Marinha, onde permanece em observação.

Info prédio principal Estação Antártica Comandante Ferraz (Foto: arte/G1)
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Mulher supera doença e é aprovada na universidade onde filha se formou

Marlene de Oliveira passou em 12º lugar para Economia na UFSJ.
Ela lutou sete anos contra o transtorno esquizoafetivo.

Flávia Cristini e Raquel FreitasDo G1 MG
Após sete anos de tratamento contra um transtorno psiquiátrico, Marlene de Oliveira vai estudar na mesma universidade em que a filha Karina acaba de se graduar (Foto: Arquivo Pessoal)
Após sete anos de tratamento contra um transtorno psiquiátrico, Marlene de Oliveira vai estudar na mesma universidade em que a filha Karina acaba de se graduar
(Foto: Arquivo Pessoal)
Muitos ingressam em um curso superior para ter uma profissão. Para Marlene Aparecida de Oliveira, moradora de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, ser aprovada no vestibular representou a recuperação da dignidade e da autoestima. Aos 48 anos, ela vai estudar economia na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), mesma instituição onde sua filha mais nova, Karina Giancotti, graduou-se em engenheira elétrica. “Foi ótimo. Quem diria que ela iria passar?”, conta a caçula recém-formada.
Marlene decidiu que era hora de voltar a estudar depois de lutar contra um tipo de transtorno psiquiátrico. “Foram sete anos, eu falava coisas que as pessoas não compreendiam. Era como se eu falasse uma língua que não dava para entender uma palavra”, relembra a caloura.
Nascida na cidade de Califórnia, no Paraná, Marlene mudou-se para Minas Gerais em 1992 para gerenciar uma mineradora de pequeno porte. Com a doença, Marlene se viu obrigada a interromper a carreira. “Passei sete anos sendo chamada de maluca, na verdade, sou chamada até hoje”, afirma. Depois de várias tentativas, ela encontrou o tratamento certo e pode retomar sua vida. Para ganhar dinheiro, chegou a fazer faxina em diversas casas de estudantes em Ouro Branco.
Marlene se tratou do chamado transtorno esquizoafetivo. O psiquiatra João Vinícius Salgado, que acompanhou parte do tratamento dela, explica que o paciente com este quadro pode apresentar alterações de comportamento e delírios motivados ou não por quadro de humor. “Pequena parcela desses doentes consegue ter uma vida plena, ter emprego e constituir uma família por causa da gravidade dos sintomas e da ausência atualmente de tratamento que seja satisfatório”, disse.
Eu sempre acreditei que podia mudar a vida das pessoas para melhor. Acredito em solidariedade porque eu tive muita"
Marlene Aparecida de Oliveira,
caloura de economia da UFSJ
Mas ela conseguiu driblar algumas limitações e se propôs a realizar o sonho de fazer um curso superior, que vinha desde os tempos da adolescência. Foi aí que procurou um supletivo. Não foi na primeira tentativa que Marlene garantiu uma vaga na universidade, mas, apesar disso, não desistiu. Conseguiu uma das disputadas vagas em cursinho da prefeitura de Ouro Branco e seguiu firme nos estudos.
Rotina regradaA caloura tinha uma rotina bem regrada, apesar de revelar que não acordava muito cedo. Todos os dias, por volta da 1h, ela ia até o ponto de ônibus esperar a filha caçula Karina chegar das aulas de Engenharia Elétrica na UFSJ, que fica a cerca de 2h30 de viagem de Ouro Branco. No cursinho, Marlene se sentava na frente para escutar bem os professores e relia o conteúdo em casa. “Fiz alguns amigos no pré-vestibular, mas estava lá para cumprir meu objetivo. Eu gosto de estudar, não acho um sacrifício. Quero estudar muito ainda”, explica.

Marlene de Oliveira foi aprovada no vestibular após encontrar o tratamento certo para o transtorno esquizoafetivo (Foto: Arquivo Pessoal)
Marlene foi aprovada em 12º lugar no vestibular para  economia (Foto: Arquivo Pessoal)
O empenho teve como recompensa a aprovação em 12º lugar. Para Marlene, essa vitória deve ser dedicada a muitas pessoas, além das filhas. Segundo ela, os verdadeiros amigos, que deram apoio durante a doença, e o médico responsável pelo tratamento foram fundamentais.
Uma das limitações do transtorno é o déficit cognitivo, que pode comprometer o aprendizado. Segundo o psiquiatra, alterações biológicas, uso inadequado de medicação e falta de estímulo justificariam esse déficit. Como explica Salgado, o portador pode apresentar quadro de perda de vontade e, por vezes, acaba sendo isolado no convívio social.
A doença desafia a ciência, que pesquisa as prováveis causas e busca a cura. “Normalmente a doença aparece no fim da adolescência e início da idade adulta. Por que exatamente, não se sabe. Pode estar relacionado à predisposição biológica, que associada a fatores adquiridos ao longo da vida, fazem eclodir a doença”, afirma Salgado. O transtorno esquizoafetivo, segundo o médico, pode ser controlado com medicação e psicoterapia. Um momento de superação, como o que foi vivido por Marlene, ajuda a recuperar a autoestima e favorece o tratamento.
A caloura do curso de economia vai se empenhar pelos próximos cinco anos não só para se deslocar entre Ouro Branco e São João del Rei. Ela quer se esforçar para fazer algo que valha à pena. “Eu adoraria fazer uma coisa super diferente. Eu sempre acreditei que podia mudar a vida das pessoas para melhor. Acredito em solidariedade porque eu tive muita”, planeja.
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Gilmelândia fala sobre seio à mostra no carnaval em apoio a campanha

Cantora atua em prol de campanha contra o câncer de mama.
Ela falou sobre atitude durante participação no Bahia Meio Dia.

Do G1 BA, com informações da TV Bahia
Gilmelândia mostra seio em prol de campanha contra câncer de mama (Foto: Divulgação/ Assessoria)
Gilmelândia mostrou seio em prol de campanha contra câncer (Foto: Divulgação/ Assessoria)
A cantora Gilmelândia, ex-vocalista da banda Beijo, chamou a atenção dos foliões do carnaval de Salvador ao colocar um dos seios à mostra em apoio à campanha contra o câncer de mama. Durante sua participação no Bahia Meio Dia nesta segunda-feira (27), a cantora falou sobre seu envolvimento com a causa. "Eu converso com muitas mulheres e depois que eu passei a ser a madrinha dessa campanha, eu vi que as mulheres não se preocupam muito com isso. Pra vocês terem ideia, eu fiz agora um estudo nessas palestras que eu ando acompanhando, que daqui a um ano um milhão de mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama no mundo. Imagine? Um milhão de mulheres é muita coisa! Então eu disse não, eu não vou deixar isso acontecer", diz.
Sobre a forma com que demonstrou seu apoio à campanha durante o carnaval, Gil, como é mais conhecida pelo público, disse que geralmente é tímida, mas que se encorajou diante da realidade das mulheres que sofrem com esse tipo de câncer.
"Eu pensei muito antes de fazer isso, eu nunca tirei foto nem de biquini porque eu sou muito envergonhada e várias vezes já me convidaram pra fazer capa, essas coisas, mas essa causa pra mim é muito importante. Depois que eu vi as mulheres que perdem a mama, psicologicamente elas não ficam bem. Outra coisa também é que eu não quis só chamar atenção das mulheres, mas também de todos os governantes, porque o pessoal de baixa renda não tem condições de fazer mamografia porque às vezes não tem nem o aparelho. Então eu disse: 'Eu quero fazer isso no carnaval, porque os olhos do mundo estão voltados pra cá e eu quero fazer isso'. Eu acho que a causa é muito mais importante do que isso que eu fiz. Eu fiz por amor mesmo e eu acho que a gente está aqui no mundo para cuidar do outro e o que eu puder fazer, tem um tempão eu batendo nisso, em todos os shows que eu vou eu chamo a atenção da mulherada", destaca.



NúmerosCerca de 1400 casos de câncer de mama foram registrados na Bahia durante o ano de 2011. Este é o tipo de câncer que mais mata e atinge as mulheres. Apesar da gravidade, a doença tem cura e quanto mais cedo o diagnóstico é feito maiores são as chances de vencer a doença.
"O diagnóstico precoce visa a cura da paciente, visa detectar a doença na sua fase mais inicial, proporcionando um tratamento mais conservador, menos mutilador e com uma chance de cura maior", explica a médica Ana Cláudia Imbassay.
A dona de casa Maristela Pandini descobriu no ano passado que estava com câncer e precisou fazer uma cirurgia para retirar uma das mamas."Foi fazendo o autoexame, tomando banho, que eu detectei o tumor na mama, na axila. Eu tenho fé, muita fé em Deus e tenho certeza de que eu já estou curada. O tratamento que vem a seguir é só para me tranquilizar mais. Mas eu já tenho certeza de que eu já estou curada através da cirurgia", diz.
Para ajudar a combater o câncer de mama, existem na Bahia vários centros de atendimento. São oito unidades em Salvador e outras cinco nas cidades de Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas.
O maior centro de atendimento na Bahia é o Hospital Aristides Maltez, que fica localizado no bairro de Brotas, em Salvador, e realiza mais de 6000 atendimentos por ano. Na unidade, médicos e enfermeiros também fazem um trabalho de prevenção e explicam como deve ser feito o autoexame.
Foi através do autoexame que dona Valdelice de Jesus descobriu que estava com câncer de mama. A dona de casa sabe da importância da determinação, da força e do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura. "Eu quero viver ainda, trabalhar e tudo ainda. Trabalhar, fazer minha comida, pra marido, pra visita que chegar", enumera.

Dois são indiciados por morte de casal em pousada na Grande BH

Proprietário e bombeiro hidráulico foram responsabilizados pela polícia.
Delegada afirma que gás do sistema de aquecimento causou intoxicação.

Alex AraújoDo G1 MG


O empresário Luciano França Drumond, proprietário da pousada de luxo Mirante da Serra, em Brumadinho, na Grande BH, e o bombeiro hidráulico Rodrigo Morais que teria prestado serviço terceirizado foram indiciados por homicídio culposo, aquele em que não há intenção de matar, nesta segunda-feira (27), pela morte de um casal no ano passado. Os corpos de Gustavo Ribeiro, de 23 anos, e Alessandra Paolinelli, de 22 anos, foram encontrados no dia de 17 de março de 2011 dentro de um chalé, e um laudo apontou que eles morreram intoxicados por monóxido de carbono.

Delegada Elenice Ferreira concluiu inquérito sobre morte de casal em pousada de luxo. (Foto: Alex Araújo/G1)
Delegada Elenice Ferreira concluiu inquérito sobre morte de casal em pousada de luxo.
(Foto: Alex Araújo/G1)
Desde o ocorrido, o uso de uma lareira foi apontado como provável causa dos óbitos. Mas em coletiva nesta segunda-feira, a delegada Elenice Ferreira, da Delegacia Centro-Sul, explicou que a intoxicação foi causada pelo sistema de aquecimento a gás da banheira por causa de uma obra mal-executada. Segundo ela, paredes de alvenaria foram construídas de modo irregular para proteger o equipamento contra o vento. Com isso, os gases produzidos pelo aquecimento da banheira foram sugados pelas instalações hidráulicas e chegaram até o quarto onde o casal estava hospedado.

Ainda segundo a delegada, o monóxido de carbono expelido pela queima das lenhas não era suficiente para matar os jovens. Elenice contou que os peritos desconfiaram da quantidade e investigaram o que era expelido pelo aquecedor de água. Ao ter acesso ao projeto inicial de engenharia e arquitetura, a polícia descobriu que as paredes foram construídas sem o acompanhamento de um profissional da área, o que causou o confinamento dos gases e o transporte dele para dentro do imóvel.

Alessandra Paolinelli e Gustavo Ribeiro, em um casamento (Foto: Arquivo Pessoal)
Alessandra Paolinelli e Gustavo Ribeiro, em um casamento. (Foto: Arquivo Pessoal)
Quando o casal foi intoxicado, segundo a polícia, os dois estavam dormindo. Ainda conforme a delegada, a banheira ficou ligada durante dez horas seguidas.
O inquérito concluído nesta segunda-feira será encaminhado à Justiça ainda hoje, e um ofício com todo o relato policial e pericial será encaminhado ao Ministério Público Estadual pedindo a interdição da pousada.
Ainda de acordo com Elenice, os suspeitos devem responder o inquérito em liberdade. Se eles forem condenados, podem ficar presos de um a três anos para cada delito.
O advogado Fernando Júnior, que representa a pousada, disse ao G1 que não teve acesso ao inquérito e que a defesa será preparada assim que ele tiver conhecimento do conteúdo. Júnior estranhou a conclusão policial porque o empreendimento funciona há mais de oito anos e disse que antes e depois da fatalidade não houve qualquer outro imprevisto. Com relação à interdição da pousada, ele acredita que não há necessidade porque foi um caso isolado.
Já o bombeiro hidráulico Rodrigo Morais afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação e vai tomar todas as medidas necessárias. Segundo ele, houve um consenso entre várias pessoas para que as paredes fossem construídas, mas que ele não participou da obra e sequer sabia sobre ela.
Entenda o caso
O casal de universitários foi encontrado morto pela polícia no dia 17 de março de 2011 dentro da pousada de luxo, em Brumadinho. De acordo com a Polícia Civil, os dois comemoravam um ano de namoro. Sem notícias dos jovens, a família registrou uma ocorrência de desaparecimento na madrugada de quinta-feira (17).
Segundo a polícia, o último contato dos jovens com os funcionários da pousada foi na noite do dia 15 de março. O hotel não teria notado a ausência dos hóspedes porque os chalés são isolados e os jovens não fizeram pedidos no quarto.

Rebocado, cruzeiro à deriva deve chegar na quarta às Ilhas Seychelles

'Costa Allegra' parou em meio ao Oceano Índico após incêndio.
Os mais de mil que estão a bordo passam bem, segundo a companhia.

Do G1, com agências internacionais
O navio de cruzeiro "Costa Allegra", rebocado por uma embarcação francesa após um incêndio a bordo em pleno Oceano Índico, chegará nesta quarta-feira (29) às ilhas Desroches, sudoeste das Ilhas Seicheles, anunciou a presidência do arquipélago.
"A guarda costeira não especificou o horário da chegada, mas não o esperamos antes de amanhã", afirmou à France Presse Serdjana Janosevic, porta-voz da presidência de Seicheles.
O navio da empresa Costa Cruzeiros, com mais de mil pessoas a bordo, ficou à deriva no Oceano Índico após ter sofrido um incêndio quando seguia de Madagascar às Ilhas Seicheles.
O comandante do "Costa Allegra", com 627 passageiros e 413 tripulantes, garantiu que todas as pessoas a bordo "se encontram bem".

Mapa Madagáscar (Foto: Arte/G1)

O Costa Allegra pertence à companhia marítima ítalo-americana Costa Crociere, que também é proprietária do navio de luxo “Costa Concordia”, que naufragou em 13 de Janeiro na ilha italiana de Giglio, matando 32 pessoas.
O comandante afirmou que todos estão bem. Entre os passageiros há dois brasileiros, um uruguaio, 15 espanhóis, 135 italianos, 127 franceses e 97 austríacos, afirmou a Costa Crociere.
Segundo Moretti, diretor de operações marítimas da Costa Crociere, o navio utiliza baterias de emergência para as operações estritamente necessárias.
As hélices, o ar refrigerado e a cozinha estão paralisados. Nove militares italianos, especializados no combate à pirataria, estão a bordo do navio para evitar eventuais ataques.

Imagem feita por autoridades das Ilhas Seychelles mostra o Costa Allegra na segunda-feira (27). (Foto: Marinha das Ilhas Seychelles / AP Photo)
Imagem feita por autoridades das Ilhas Seychelles mostra o Costa Allegra na segunda-feira (27). (Foto: Marinha das Ilhas Seychelles / AP Photo)
(*) Com informações das agências de notícias France Presse e Reuters

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